Bandeira da Nova Rússia em uma trincheira de rebeldes pró-russos na entrada de Donetsk REUTERS/Maxim Zmeyev
Separatistas pró-russos lançaram morteiros e tiros de armas leves contra forças de Kiev em diversos pontos do leste da Ucrânia, na madrugada de domingo (6) para segunda-feira. Os ataques esparsos contra postos militares são uma resposta à retomada, no domingo, de diversas cidades pelo governo - entre elas Slaviansk, que foi recuperada sem combate.
A operação militar ucraniana do fim de semana foi classificada pelo presidente Petro Porochenko como uma "virada no conflito", que prometeu intensificar os ataques no leste. Na manhã de segunda-feira, os rebeldes se preparavam para defender Donetsk, seu principal reduto, e capital da Bacia do Donets, depois do que vários dirigentes separatistas chamaram de recuo tático em Slaviansk.
Mas a cidade amanheceu calma, sem grandes preparativos militares nem a presença ostensiva de homens armados nas ruas do centro, onde pouca gente circulava. Os transportes coletivos funcionavam normalmente, mas diversos restaurantes e lojas estavam fechados, os caixas-eletrônicos estavam fora de serviços e, em alguns bairros, faltava água quente.
Confronto nos arredores de Donetsk
De acordo com os insurgentes, houve confrontos em Saur-Moguila, uma colina estratégica próxima à cidade, onde eles teriam impedido o avanço do batalhão de voluntários pró-Kiev "Azov". O incidente não foi confirmado pelas autoridades ucranianas.
O potencial militar dos rebeldes - que contariam com alguns milhares de combatentes apoiados por voluntários recrutados na Rússia - é difícil de calcular. Durante o fim de semana, testemunhas viram centenas de homens entrarem na cidade em veículos, entre eles blindados e caminhões equipados com baterias anti-aéreas.
Percalços militares
Apesar do controle relativamente fraco que os rebeldes exercem nas fronteiras, o exército ucraniano, a guarda nacional e os grupos de mercenários que os acompanham têm na retomada da cidade uma tarefa árdua.
Petro Porochenko se comprometeu solenemente a não colocar em risco os cerca de um milhão de habitantes da cidade, o que significa evitar a todo custo uma guerrilha urbana. Entrar na cidade com tanques exporia as forças de Kiev à artilharia anti-blindagem do rebeldes. Em Laviansk, o exército apreendeu grandes volumes de armamentos deste tipo.
Sitiar a cidade seria uma alternativa perigosa dos pontos de vista militar e, principalmente, político, porque faria a população refém, aumentando o risco de ela se juntar à causa separatista. A julgar por uma manifestação a favor do chefe rebelde Igor Strelkov - que Kiev acusa de ser oficial da inteligência russa -, o apoio aos pró-russos não é maciço. Apenas 2 mil pessoas protestaram no centro da cidade neste domingo.
De acordo com o antigo ministro interino da Defesa, Mykhailo Koval, a estratégia desenvolvida por Porochenko é estabelecer um "embargo completo" a Donetsk e Lugansk, outra cidade rebelde, que forçaria os separatistas a abandonar as armas.
Diplomacia em segundo plano
Por enquanto, uma solução diplomática para o conflito que já deixou quase 500 mortos em três meses parece distante. No domingo, representantes da Ucrânia, da Rússia e da Organização para a Cooperação e Segurança na Europa (OSCE) se encontraram em Kiev, mas as tratativas não levaram ao principal objetivo dos interlocutores: estabelecer um cessar-fogo durável entre as partes.
Nesta segunda-feira, o chefe da diplomacia alemã, Frank-Walter Steinmeier, voltou a pedir que o governo ucraniano dialogue com os separatistas: "Ainda que a situação no leste da Ucrânia tenha evoluído a favor dos serviços ucranianos de segurança, não haverá solução puramente militar, principalmente enquanto a maioria dos separatistas continuar refugiada em Donetsk", afirmou. "É essencial que se estabeleça um cessar-fogo bilateral e incondicional o mais rápido possível".
Extensão da prisão de Oleg Sentsov
Nesta segunda-feira, a Justiça russa decidiu prolongar até o dia 11 de outubro a prisão provisória do cineasta ucraniano Oleg Sentsov, figura emblemática do movimento de contestação que levou a deposição do presidente pró-russo Viktor Yanukovich.
O diretor de 38 anos está na prisão moscovita de Lefortovo desde maio, quando foi preso em sua casa em Simferopol, na Crimeia, que votou sua anexação à Rússia em um referendo contestado pela comunidade internacional.
De acordo com a porta-voz do tribunal Lefortovski, Iulia Skotnikova, "uma nova prorrogação da detenção de Oleg Sentsov não está descartada. Ao lado de outros três indivíduos, ele pode ser condenado a até 20 anos de prisão, sob as acusações de "terrorismo", "organização de grupo terrorista" e "tráfico de armas".
Vários cineastas russos, do liberal Andrei Prochkin ao conservador Nikita Mikhalkov, pediram a libertação do colega. Em 11 de junho, cerca de 20 diretores e produtores europeus, como o espanhol Pedro Almodovar, o finlandês Aki Kaurismäki, o francês Bertrand Tavernier, o alemão Wim Wenders e os britânicos Ken Loach, Stephen Daldry e Mike Leigh, expressaram sua preocupação com Sentsov em carta enviada ao presidente Vladimir Putin.
Defesa Net
terça-feira, 8 de julho de 2014
Home
Unlabelled
Separatistas se preparam para defender leste de novas incursões ucranianas
Separatistas se preparam para defender leste de novas incursões ucranianas
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Author Details
Templatesyard is a blogger resources site is a provider of high quality blogger template with premium looking layout and robust design. The main mission of templatesyard is to provide the best quality blogger templates which are professionally designed and perfectlly seo optimized to deliver best result for your blog.
Nenhum comentário:
Postar um comentário