Rússia tem “plano B” contra sanções - Noticia Final

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sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Rússia tem “plano B” contra sanções

Rússia, União Europeia, política, economia, sanções
No fim de julho, a União Europeia aprovou o terceiro bloco de sanções contra a Rússia, que incluem restrições contra determinadas áreas empresariais e ramos da economia russa.

Não foi fácil conseguir o consenso entre os países da União Europeia nesta questão, muitos deles não queriam arriscar os seus interesses econômicos e diplomáticos. E logo que as sanções entraram em vigor, a Europa começou a recear a reação de Moscou, que se seguiu alguns dias depois.
A União Europeia limitou o acesso da Rússia aos seus mercados financeiros, suspendeu a assinatura de novos contratos na esfera militar, limitou a exportação de tecnologias e mercadorias de emprego duplo, incluindo máquinas, aparelhos, produtos eletrônicos.
Segundo cálculos dos economistas, o prejuízo mútuo das sanções do Ocidente constituirá cerca de 100 bilhões de euros nos próximos dois anos. Os produtores de automóveis alemães já sentiram o seu efeito negativo: diminuiu a exportação de carros para um dos maiores mercados, o russo. A ação posterior das sanções ameaça levar à perda de milhares de postos de trabalho.
As autoridades russas anunciaram a possibilidade de suspender parte dos charterseuropeus, mudar as vias transiberianas e fechar o espaço aéreo ao trânsito detransportadores aéreos ucranianos. Num só dia, isso atirou abaixo a capitalização de importantes companhias aéreas da União Europeia e dos EUA, as suas perdas totais já equivalem a cerca de 4,5 mil milhões de dólares.
A Rússia limitou também a importação de produtos europeus. Frutas e legumes, leite e derivados, carne e derivados, peixe e mariscos europeus foram afetados pelas sanções. A proibição entrou em vigor a 7 de agosto e deve vigorar um ano com possibilidade de revisão. A União Europeia, como resposta, declarou que estuda a possibilidade de fechar o seu espaço aéreo aos transportadores aéreos russos.
Amanda Paul, perita do Centro de Política Europeia em Bruxelas, assinala:
“A maioria na União Europeia esperava isso da Rússia. Ela fez exatamente o mesmo que a União Europeia: esta anunciou sanções e ela fez o mesmo. Claro que na União Europeia estão preocupados com efeito que as sanções europeias contra a Rússia irá ter para os vários países europeus. No que respeita às sanções russas contra a União Europeia, elas irão ser analisadas no quadro da OMC. Claro que umas e outras sanções irão refletir-se negativamente em ambos os lados. E claro que o momento em que a União Europeia apenas começa a recuperar lentamente o crescimento económico depois de uma longa recessão não é o mais apropriado para semelhantes limitações. Com certeza que a Rússia tem um “plano B” sobre como substituir os produtos importados. Talvez aqui se revele a Turquia: já está a ser discutido um novo acordo sobre o fornecimento de frutas e legumes turcas para a Rússia”.
A Europa, tal como os EUA, já declarou que o comércio não pode ser moeda de troca nas disputas políticas. E em alguns países, os produtores estão prontos a pedir aos parlamentos que acabem com as sanções contra a Rússia, porque isso destrói os seus negócios. A Grécia, Dinamarca e Holanda revelaram o efeito negativo das sanções russas.
Mas, pelos vistos, a União Europeia meteu-se num beco sem saída: orientando-se pelos interesses políticos do eixo Washington-Bruxelas, ela deu passos económicos que inicialmente nõ queria dar. E renunciar a eles significa revelar a sua inconsistência como jogador na arena política internacional.
A população simples viu-se também metida no jogo político dos países e governos. Se os líderes europeus perguntassem aos seus habitantes se apoiam essas decisões, seria provável que o anúncio de sanções económicas contra a Rússia não fosse uma medida popular, considera Amanda Paul:
"A União Europeia prometeu que alguns países receberão compensação pelas perdas provocadas pelas sanções contra a Rússia. A discussão sobre a forma de ajuda a esses países, de compensação das suas perdas económicas continua. Isto, sinceramente falando, faz lembrar o recreio das escolas. As sanções são um cenário perdedor para ambas as partes.
Mas para a União Europeia, esse passo foi uma questão de autonomia política. Penso que nós não veremos qualquer mudança da política externa da Rússia. Mas a União Europeia não pode recuar, embora isso seja pesado para ambas as partes. O triste efeito secundário destas medidas é o preço que os habitantes irão pagar.
Porém, as sanções da União Europeia tinham como objetivo, antes de tudo, afetar o círculo próximo de Vladimir Putin e a direção do país. As perdas de ambas as partes serão significativas. A Rússia, a União Europeia e o Ocidente irão perder economicamente. Claro que desde o início não devíamos ter levado as coisas até este ponto”.

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