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domingo, 12 de outubro de 2014

EUA dão mais um passo para travar a China

EUA dão mais um passo para travar a China

A decisão tomada pelos EUA sobre a redução das limitações à exportação de armamentos para o Vietnã permite fornecer a esse país equipamentos navais militares com capacidades defensivas. Isso abre potencialmente o caminho para a criação pelos vietnamitas de uma eficaz aviação antissubmarina. Os EUA irão gradualmente transformar o Vietnã num importante elemento da sua estratégia de contenção da China.

Uma verdadeira parceria militar entre os Estados Unidos e o Vietnã continua longe de ser uma realidade. Isso continua a ser dificultado por significativas diferenças políticas entre os dois países. O mais provável é que o levantamento das limitações conduza à aquisição pelos vietnamitas de aviões de patrulhamento americanos P-3C usados. É precisamente este tipo de armamentos que o Vietnã não pode adquirir aos seus parceiros técnico-militares tradicionais na Rússia, em Israel ou na Europa.
Hoje, a Rússia não produz novos aviões de patrulha básicos, limitando-se à modernização da significativa frota de aviões Il-38 e Tu-142 herdada da URSS. Na Europa também não se fabrica aviões antissubmarino. Os novos aviões, equipados com um complexo total de meios de luta contra submarinos, são hoje fabricados pelos EUA (P-8 Poseidon) e pela China, que está testando o avião de patrulha e antissubmarino Y-8 GX6.
A aquisição de aviões chineses, por razões evidentes, está excluída, mas os vietnamitas poderiam comprar os usados P-3C da última série aos americanos, talvez com uma certa redução de equipamentos. A China olha com grande receio para o desenvolvimento das capacidades de reconhecimento e luta antissubmarino de outros países do mar do Sul da China. Na ilha Hainan está instalada a principal base nova dos submarinos atômicos chineses.
Segundo uma série de especialistas, os chineses querem criar no mar do Sul da China uma zona fortemente defendida de patrulhamento seguro de submarinos atômicos porta-mísseis. As tentativas dos americanos de recolher informação sobre a situação nessa região com a ajuda de aviões e navios de reconhecimento provocam invariavelmente uma reação extremamente dura da parte da armada chinesa.
Recordemos o incidente do choque do avião americano de reconhecimento EP-3 com o caça chinês, os embates entre navios chineses e o navio de reconhecimento americano Impeccable em 2009 e a manobra perigosa do caça chinês J-11 perto do avião americano P-8 Poseidon há algumas semanas atrás.
A China dificilmente ficará satisfeita se o Vietnã tiver um poderoso meio de reconhecimento e de luta contra os submarinos. Ao mesmo tempo, as relações da China e do Vietnã têm numerosas facetas. Além da tensão na zona das ilhas litigiosas, nessas relações está também presente uma profunda cooperação. Neste momento, os americanos dificilmente estarão prontos para fornecer ao Vietnã sistemas de armas que influam fortemente no equilíbrio de forças no mar do Sul da China e o Vietnã dificilmente estará pronto a tornar-se um parceiro menor dos EUA na causa da contenção da China.
O Vietnã continua a comprar grande parte das suas armas à Rússia, que não é participante desse litígio territorial. Além disso, Moscou não exige que Hanói chame a si quaisquer compromissos políticos em troca de fornecimentos. Os esforços da China e da Rússia no sentido de um profundo envolvimento do Vietnã na cooperação permitem evitar a pior variante de desenvolvimento dos acontecimentos: o reforço da influência dos EUA na região.

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