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domingo, 12 de outubro de 2014

Projeto ExoMars está ganhando vulto

 Projeto ExoMars está ganhando vulto

Cientistas têm avançado na preparação do projeto russo-europeu ExoMars, no quadro do qual está previsto enviar sondas de investigação em direção a Marte em 2016 e 2018.

Estão sendo definidos também quatro pontos do planeta, num dos quais uma plataforma científica russa, levando a bordo um rover europeu, deve pousar em 2019.
Os pontos escolhidos encontram-se perto da linha equatorial do planeta, numa planície cruzada por leitos argilosos de rios secos. Essa região é muito interessante tanto do ponto de vista da geologia, como para a busca de microrganismos. Uma que na antiguidade o clima era mais quente e mais húmido, é muito provável que naqueles lugares pudesse ter surgido vida primitiva. O rover ExoMars irá procurar sinais dessa vida. O diretor do Instituto de Pesquisas Espaciais, Lev Zeleny, fala sobre o projeto:
“O projeto ExoMars tem duas fases com lançamentos em 2016 e 2018. Na primeira etapa, a Rússia deve fornecer o foguetão Proton e garantir o apetrechamento técnico do aparelho orbital europeu Trace Gas Orbiter. A este engenho espacial caberá investigar a composição de gazes na atmosfera de Marte. Todos se interessam por saber a distribuição de metano no planeta”.
A origem do metano em Marte é um grande enigma. Este gás se descompõe sob a ação de raios ultravioletas solares, o que significa que existem fontes permanentes de metano. Possivelmente, o gás é produzido por vulcões, embora vulcões ativos não fossem descobertos no planeta, ou por bactérias – neste caso resulta que elas continuam a existir até agora. Os aparelhos da sonda ajudarão a esclarecer esse enigma.
O primeiro Proton levará também a Marte um módulo de desembarque europeu que terá como missão principal testar tecnologias de entrada na atmosfera de Marte, de descida e de pouso, que são novas para a Agência Espacial Europeia (ESA). Essa etapa da missão, com o lançamento em 2018, será mais complexa, continua Lev Zeleny:
“A Rússia fornecerá o foguetão Proton e uma plataforma de pouso que levará o rover Pasteur até à superfície de Marte. O rover, produzido pela ESA, tem uma instalação de perfuração capaz de fazer perfurações a uma profundidade de 2 metros. A Rússia não apenas será responsável pelo transporte do rover, mas também participará do respetivo programa científico. Cientistas russos garantirão o pouso suave do Pasteur e a sua separação da plataforma e, a seguir, irão trabalhar de acordo com seu programa de pesquisas”.
Para além de instrumentos europeus, o rover terá aparelhos russos que irão analisar a composição mineralógica da superfície e procurar gelo. Esses dados ajudarão também a descobrir os locais mais favoráveis para hipotéticos microrganismos. Na plataforma serão instalados aparelhos científicos de estudo do meio ambiente na superfície do planeta e um sistema da recolha de amostras de solo.
Em dezembro, terá lugar um acontecimento ligado diretamente ao projeto ExoMars. Irá decorrer uma reunião dos países da ESA, em que, como está previsto, será estudada a possibilidade de conceder meios adicionais para a construção de aparelhos pela parte europeia. Trata-se de centenas de milhões de euros. Em opinião de observadores, a decisão será positiva, porque é necessário deixar a política de parte quando está em foco um projeto espacial tão importante.

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