A declaração do representante da Rosoboronexport Serguei Kornev foi a primeira confirmação de que a Rússia e a China estão discutindo fornecimentos de motores RD-93 para o J-31 a longo prazo. Até agora sabia-se da aquisição de tais motores pelos chineses apenas para caças de exportação FC-1.
O uso do RD-93 em J-31 era considerado uma solução temporária até que começasse a ser produzido em série o motor chinês WS-13. O trabalho sobre os WS-13, tanto quanto sabemos, está sendo realizado com uso de materiais comprados pelos chineses em seu tempo numa das fábricas ucranianas de reparação de aeronaves e com a participação de especialistas ucranianos. No entanto, até agora o projeto não chegou ao resultado desejado.
Embora a Rosoboronexport tivesse chamado o J-31 um caça de exportação, no sentido estrito da palavra isso não é assim. Anteriormente, especialistas chineses em aviação diziam que o caça seria utilizado na Força Aérea e na Aviação Naval da China. Entretanto, o avião pode estar pronto para produção antes do J-20. Pois na estrutura do J-31 são usadas muitas tecnologias e componentes já testadas e usadas em aviões de quarta geração. Assim, poderia se tratar de uma produção bastante maciça desse avião e, consequentemente, de uma demanda bastante grande por motores russos.
O J-31 pode tomar um lugar único no mercado mundial de armas. O T-50 russo e o J-20 chinês serão, aparentemente, aviões mais complexos e caros, não muito adequados para exportação em larga escala.
Entretanto, o J-31 pode vir a ser o único caça quase invisível no mundo acessível a países em desenvolvimento relativamente pobres. Podemos discutir sobre o quanto ele atende aos requisitos para aviões de quinta geração. Mas a quase invisibilidade e o novo planador (estrutura principal de uma aeronave) moderno, podem garantir ao J-31 vantagens sobre aviões de quarta geração existentes. Assim, as perspectivas de exportação desse avião podem ser melhores do que as do FC-1, que ainda não foi para o Paquistão.
O uso de motores russos permite à Rússia evitar a exportação de tais aviões para mercados de particular importância para produtores russos. Ao mesmo tempo, existe um grande número de países para os quais a Rússia não pode fornecer grandes equipamentos militares por uma variedade de razões políticas e econômicas. Existem também países pequenos, a exportação para os quais não tem importância estratégica para a Rússia, ou nos quais a Rússia não pode contar com sucesso por causa de fraca influência política. Neste caso, a Rússia estará interessada em promover o J-31 como um produto com significativas componentes russas.
Em geral, a experiência de cooperação bilateral sugere que as indústrias de defesa russa e chinesa deveriam passar a uma cooperação mais estreita e à promoção conjunta de seus produtos em mercados de países terceiros. Isto, em particular, pode permitir passar a exportar para países onde até agora dominam os incontestados fabricantes ocidentais.
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