Em segundo lugar, segundo a versão da organização internacional TOP500, segue o supercomputador Titan, pertencente ao laboratório nacional Oak Ridge, do Departamento da Energia dos Estados Unidos.
Por sua velocidade de processamento, o monstro chinês faz quase o dobro das operações de seu concorrente estadunidense. Por comparação, sua capacidade é igual à capacidade de 42.300 computadores pessoais com o processador moderno Intel Core i7.
Já é a quarta vez consecutiva que o “estadunidense” não consegue tirar a desforra, apesar de a potência do Tianhe-2 continuar sendo igual à da última vez. O perito em inteligência competitiva da Universidade de Economia dos Urais Evgueni Yuschuk está convencido de que a liderança da China nessa área é resultado de uma política governamental ambiciosa:
“Para obter este tipo de resultados em engenharia informática é preciso concentrar no mesmo local uma grande quantidade de pessoas inteligentes, muito dinheiro e uma boa base industrial. Esse foi precisamente o objetivo da China ao longo de 25 anos, a par do desenvolvimento da eletrônica. Não foi por acaso que ela acolheu em seu território a produção das máquinas norte-americanas da Apple e de muitas outras marcas. Ao produzir para eles, a China foi simultaneamente absorvendo tecnologias.”
Na véspera da publicação do ranking do TOP500, o Departamento da Energia dos EUA anunciou o programa CORAL, no qual serão investidos 325 milhões de dólares. O objetivo será a criação de dois supercomputadores cuja velocidade de processamento poderá vir a ser 3 a 5 vezes superior à do Tianhe-2.
Entretanto, o editor principal do ranking e professor da Universidade do Tennessee Jack Dongarra considera que na “corrida aos computadores” os EUA irão ficar, pelo menos até 2018, atrás da China. Essa opinião é partilhada pelo diretor de programação do fórum internacional Tecnologia de Segurança, Alexander Vlasov:
“Não há nada de estranho no fato de o computador mais potente se encontrar hoje na China e de este país liderar essa corrida. Não podemos esquecer que a China é a oficina do mundo, na qual são montados os computadores dos principais fabricantes. Por isso, durante uma década ela pôde acumular competências. Por isso, na minha opinião se trata de um desenvolvimento natural de TI na China. O supercomputador indica o nível de desenvolvimento tecnológico do país. Isso significa que nós assistimos à passagem da China de processos de cópia para o desenvolvimento independente de produtos de tecnologia extremamente elevada e ao reforço de sua liderança.”
Entretanto, a maior potência sumária de todos os supercomputadores por país continua sendo a dos Estados Unidos. Mas o número de sistemas norte-americanos poderosos no ranking da TOP500 continua diminuindo. Há um ano eles constituíam mais de metade – 265, mas no último ranking atualizado eles já eram 231. A esse ritmo, os EUA irão se aproximar de seu mínimo histórico já no próximo ano.
Apesar dos resultados impressionantes do Tianhe-2, o número total de supercomputadores na China está igualmente diminuindo. Da nova versão do ranking desapareceram 15 sistemas chineses e eles são agora apenas 61. No resto da Ásia também se registra uma quebra. O número total de sistemas de alto rendimento se reduziu nessa região em 12 supercomputadores. Toda essa região conta agora com apenas 120 sistemas poderosos.
A nova lista contém 9 supercomputadores russos. O principal de entre eles foi criado para o centro de investigação informática da Universidade Estatal de Moscou e surgiu no ranking TOP500 pela primeira vez em junho deste ano, ocupando neste momento o 22º lugar.
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