Desdolarização |
Prossegue a marcha da des-dolarização global. Há bem poucos dias, a China assinou acordos monetários diretos com o Canadá, que assim se torna a primeira praça off-shore do renmimbi chinês na América do Norte, acordos os quais, como sugerem analistas da CBC, “podem dobrar e até triplicar o volume do comércio entre Canadá e China”, o que terá impacto na demanda por dólares. Mas essa não é a maior notícia da semana sobre a precariedade do petrodólar.
Como The Examiner noticia, um novo golpe contra o sistema do petrodólar já está operante, com a China assinando acordo com o Qatar para iniciar trocas diretas de moedas entre os dois países usando o yuan, e estabelecendo a base para um novo comércio direto com aquela nação-membro da OPEP dentro do próprio coração do sistema do petrodólar. Como alerta Simon Black;
Está acontecendo (...) com velocidade e frequência crescentes.
Como a CBC noticia,
Autorizado pelo Banco Central chinês, o acordo permitirá que se façam negócios diretos entre o dólar canadense e o yuan chinês, deixando de fora o intermediário – na maioria dos casos, o EUA-dólar.
Exportadores canadenses forçados a usar a moeda dos EUA nos negócios com a China enfrentam taxas mais altas de câmbio e mais demora para fechar negócios.
"O primeiro-ministro falou sobre isso. Quer que as empresas canadenses, particularmente as de pequeno e médio porte, cada vez mais e mais trabalhem na China, vendendo bens e serviços lá” – disse Catherine Cullen da CBC, em matéria enviada de Pequim.
Simon Black, do blog Sovereign Man, soa como se o movimento do Canadá o ameaçasse pessoalmente...
“Está acontecendo (...) com velocidade e frequência crescentes”.
O Banco do Povo da China e o gabinete do primeiro-ministro do Canadá lançaram declaração conjunta no sábado, na qual informam que o Canadá estabelecerá o primeiro centro comercial offshore que operará em renminbi, em Toronto.
China e Canadá acertaram várias medidas para aumentar o uso do renminbi no comércio, nos negócios e nos processos de investimento. Assinaram também um acordo bilateral de swap monetário no valor de 200 bilhões de renminbi.
Como se não bastasse, hoje mesmo, os bancos centrais da China e da Malásia anunciaram o estabelecimento de acordos de troca de renminbi em in Kuala Lumpur , os quais aumentarão ainda mais a circulação de renminbi no sudeste da Ásia.
Acontece apenas duas semanas depois que Cingapura, principal centro financeiro da Ásia, tornou-se também grande praça para o renminbi, com a convertibilidade direta estabelecida entre o dólar de Cingapura e o renminbi.
Yuan/renminbi |
E, como Black observa, todos estão tomando o mesmo rumo. Por todo o mundo, o renminbi vai-se tornando rapidamente A moeda para comércio, investimento e até para poupança.
Na Coreia do Sul, por exemplo, os depósitos em renminbi multiplicaram-se por 55, num único ano. É espantoso.
O governo da Grã-Bretanha acaba de lançar um renminbi bond, tornando-se o primeiro governo estrangeiro a lançar papeis da dívida em renminbi.
Até o Banco Central Europeu está debatendo se inclui o renminbi em suas reservas oficiais, e políticos em todo o mundo começam a lançar avisos, nem tão discretos, de que já faz falta um novo sistema monetário não dolarizado.
Nada anda nem para cima nem para baixo, em linha reta. E dadas as condições de alta volatilidade que persistem na economia europeia e global, o dólar com certeza continuará por aí, no sobe-desce de sempre, pelos próximos meses.
Mas no longo prazo já há uma tendência luminarmente óbvia: o resto do mundo já não quer depender do EUA-dólar, e todos estão fazendo acontecer uma nova realidade, os EUA gostem ou desgostem.
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Petrodólar |
E agora, ninguém menos que o Qatar, controverso estado produtor de petróleo, também já assinou acordo de swap monetário com a China, aparentemente abrindo todas as portas para o pânico no petrodólar... (como diz The Examiner)
O sistema petrodólar é o coração e a alma da dominação pelos EUA sobre toda a moeda global de reserva, e seu ‘direito’ de obrigar todos os países do mundo a comprar dólares norte-americanos para poder comprar petróleo no mercado aberto. Sacramentado num acordo com a Arábia Saudita e a OPEP em 1973, esse padrão, de facto, durou mais de 41 anos e foi a força motriz por trás do poder econômico, político e militar dos EUA.
Mas dia 3/11/2014, o sistema do petrodólar recebeu novo golpe, com a China assinando acordo com o Qatar para iniciar trocas diretas de moedas entre os dois países usando o yuan, e estabelecendo a base para um novo comércio direto com aquela nação-membro da OPEP dentro do próprio coração do sistema do petrodólar.
O novo acordo entre China e Qatar cobre apenas o equivalente a US$ 5,7 bilhões, ao longo dos próximos três anos, mas é o suficiente para que o Qatar torne-se a 24ª nação a abrir seu mercado Forex à moeda chinesa, e solidifica a aceitação do yuan como uma possibilidade viável para o futuro, no Oriente Médio.
O Banco Central da China anunciou na 2ª-feira que assinou contrato de troca de moedas no valor de 35 bilhões de yuan (cerca de 5,7 bilhões de dólares norte-americanos) com o Banco Central do Qatar.
O acordo, previsto inicialmente para três anos, pode ser prorrogado por acordo entre as partes, lê-se na declaração publicada na página oficial do Banco do Povo da China.
Também na 2ª-feira, as partes assinaram em Doha um memorando de entendimento sobre a troca de renminbi. A China concorda com estender ao Qatar o esquema de “RMB Qualified Foreign Institutional Investor”, com quota inicial de 30 bilhões de yuan.
Silver Petrodólar |
O negócio marca um novo passo na direção da cooperação financeira entre os dois países, e facilitará o comércio e os investimentos bilaterais para ajudar a preservar a estabilidade financeira regional, diz a declaração (China Daily).
Talvez não seja coincidência que o termo do novo a acordo tenha sido fixado em três anos, o que está precisamente dentro do prazo previsto pelo diretor do Finance Institute do Centro de Pesquisas do Desenvolvimento do Conselho de Estado, Zhang Chenghui, para que o renminbi torne-se totalmente conversível no sistema financeiro global.
A necessidade de novos mercados e de uma moeda comercial estável no Qatar pode estar associada a recente relatório lançado semana passada pelo banco francês BNP Paribas, que mostra que a reciclagem do petrodólar caiu ao nível mais baixo em 18 anos, o que significa que até as nações produtoras de petróleo no Oriente Médio já não se sentem confortáveis nem conseguem confiar no dólar norte-americano, e só facilitaram seu uso comercial por causa da alta depreciação desde o advento dos programas massivos de “alívio quantitativo” do Fed.
Agora, praticamente todas as semanas, China, Rússia, ou outra das nações BRICS aparecem finalizando acordos que passam por cima do velho sistema de comércio em dólares e atropelam a confiança no sistema do petrodólar. E com tantos países já começando a rejeitar o dólar, por causa da inflação exportada que cresce em nações condenadas a ficar onde estejam, para poder continuar a comprar petróleo, alternativas como o yuan chinês serão opção mais viável, especialmente agora que a potência asiática já assumiu o posto de maior economia do mundo.
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O fim do petrodólar, em fluxo...
Redecastorphoto/Zero Hedge
por LUCENA
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Esse negócio de petróleo esta dando dor de cabeça em muita gente no mundo e no Brasil não é diferente.
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No caso de Brasil a crise é de ética e vontade de fazer as coisas certas e, especial na política.
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Vocês sabiam que das 9( NOVE ) empreiteiras que estão envolvidas no escândalo da PETROBRAS, 6 ( SEIS ) patrocinaram a campanha do tucano Aécio Neves ?
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BOMBA EXPLODINDO NA POLITICAGEM BRASILEIRA
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fonte: http://www.conversaafiada.com.br/economia/2014/11/15/6-das-9-empreiteiras-financiaram-o-aecio/
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Isso não sai na GLOBO e nem na VEJA
interessante,vou postar no blog,vl.
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