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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Das sanções ao diálogo: Japão quer se reconciliar com Rússia

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O antigo premiê do Japão e dirigente da sociedade de amizade “Japão-Rússia”, Yukio Hatoyama, qualificou de errada a adesão do seu país às sanções ocidentais contra a Rússia, tendo-se pronunciado pela revogação das medidas restritivas.

Em março de 2014, Tóquio, em consonância com a decisão do G7, introduziu uma série de sanções antirrussas por causa dos acontecimentos na Ucrânia. Essas medidas não podem senão se repercutir sobre o estado de relações entre os dois países. Todavia, nos últimos meses, os seus líderes, através de contatos telefônicos e reuniões, anuíram em prosseguir o diálogo.
Isto incute a esperança de que, mediante os esforços conjuntos, Vladimir Putin e Shinzo Abe possam inverter a situação, considera o perito russo, chefe do Centro de Pesquisas Nipônicas junto do Instituto do Extremo Oriente, Valeri Kistanov:
“Foi violada a marcha positiva do diálogo russo-nipônico que se delineou desde a reunião de abril do ano passado entre o premiê Shinzo Abe e o presidente Vladimir Putin.
Infelizmente, as sanções vieram estragar esse ambiente positivo. As negociações em que estava interessado, antes de mais, o Japão, foram suspensas. A política de sanções se repercutiu ainda nos prazos da visita de Putin ao Japão.
Todavia, o bom senso acabou por triunfar. Hoje, não obstante as sanções, existe uma oportunidade de melhorar as relações estragadas. À margem da recente cúpula da APEC, Shinzo Abe e o líder russo, Vladimir Putin, se reuniram num ambiente favorável. Basta ver as fotos em que os dois dirigentes sorridentes apertam as mãos. Foi então que as partes acordaram uma visita de Putin ao Japão no ano que vem”.
Quanto à esfera econômica, as sanções antirrussas têm-na afetado de forma insignificativa. Tóquio não esconde ter decretado sanções sob uma forte pressão de Washington. Daí, o seu caráter nominal e demonstrativo.
Ora, o Japão não está interessado em endurecer as sanções, pelo que tal cenário poderá ter um efeito de bumerangue, como foi no caso da União Europeia. Além disso, após o acidente na usina atômica Fukushima, a economia nipônica necessita de recursos energéticos russos.
Ao que parece, Tóquio já esgotou o conjunto das medidas antirrussas, já que Shinzo Abe, apesar da pressão de Washington, se mantém fiel à sua linha de ação – não pôr em jogo os resultados positivos alcançados nas relações com Moscou, sustenta Valeri Kistanov:
“Tal abordagem foi manifestada quando o premiê nipônico chegara assistir à cerimônia de inauguração dos Jogos Olímpicos em Sochi e quando os líderes ocidentais, pressionados por Washington, sob vários pretextos, se recusaram a vir. Mais do que isso, o líder do Japão, chegara precisamente no dia de “territórios setentrionais”, disputados com a Rússia.
Esse foi um gesto demonstrativo, dado que o chefe de governo nipônico deu a entender estar disposto, em prol do seu país, dar passos inesperados. Tenho certeza que Tóquio não irá introduzir novas sanções sérias que afetem as relações com a Rússia.”
Os Ministérios das Relações Exteriores dos dois países, irão examinar as vias de restabelecimento do diálogo construtivo sob o pano de fundo da situação internacional complicada, anunciou em declarações prestadas à agência TASS, o diretor do Terceiro Departamento de Ásia do MRE, Andrei Tatarinov. Dentro em breve, no Japão, ele deverá manter consultas com o seu homólogo, chefe do Departamento de Europa, Hajime Hayashi.

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