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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Poderá França reconciliar Rússia com União Europeia?

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Após um encontro “relâmpago” entre os presidentes da Rússia e da França no aeroporto Vnukovo, em Moscou, Paris ganha uma reputação de principal intermediário no processo de regulação da crise ucraniana.

Embora se fale mais do papel da França na normalização no sudeste da Ucrânia, todos compreendem que, na realidade, se trata de tentativas de equilibrar e nivelar não as relações entre Moscou e Kiev, mas sim entre a Rússia e a União Europeia.
Desde a segunda-feira, o “refrão” dos maiores jornais europeus se mantém o mesmo: aquilo que não conseguiu fazer Angela Merkel, será feito por François Hollande. Depois de uma série de duras críticas recentes, lançadas contra a Rússia, Merkel dificilmente poderá exercer um papel de pacificador.
Enquanto isso, os jornais alemães e britânicos têm aludido que, na sua afronta a Moscou, Angela Merkel, cometera o maior erro. De fato, ela acabou por violar o seu principal princípio político – aguardar até que se engane um adversário político. O princípio que, até há pouco tempo era eficiente, não deu certo desta vez nas relações com Moscou. Putin não se deixou enganar.
Após a reunião com Vladimir Putin, Hollande teve um contato telefônico com Angela Merkel, discutindo com ela, segundo informações do Palácio do Eliseu, “as perspectivas do progresso na solução da crise ucraniana”. Conforme jornais franceses, Paris e Berlim estão pensando em “vias de consolidação dos acordos obtidos”. É evidente que “colar” aquilo que foi “quebrado” nas relações entre a Europa e a Rússia com a ajuda de Washington será possível começando com a crise ucraniana: sem a sua solução, serão inviáveis futuros avanços.
Por isso, a capacidade de Hollande de reconciliar a Europa com Moscou será testada já nesta semana. As negociações de paz em Minsk serão prosseguidas desde que Kiev venha confirmar a sua agenda, inclusive o cessar-fogo, o levantamento do bloqueio e a entrada e vigor da lei de status especial de Donbass, anunciou o representante permanente da República Popular de Donetsk, Denis Pushilin. Nas suas palavras, a reunião do grupo poderia ser adiada para o dia 12 de dezembro para prepará-la melhor. Kiev, por sua vez, insiste em que o encontro seja realizado em 9 de dezembro na ausência de uma agenda concreta.
Ao que parece, a reunião de Putin com Hollande na sua viagem de regresso do Cazaquistão, não foi esporádica. O presidente russo confirmou que um acordo sobre tal encontro tinha sido alcançado ainda em meados de novembro no âmbito da cúpula do G20 em Brisbane. A sua agenda havia sido acordada por diplomatas russos e franceses.
A Europa está buscando vias de reconciliação com a Rússia. As declarações duras, incluindo as críticas a Moscou feitas por Angela Merkel, se destinam mais para acalmar Washington. Para diplomatas, tal desenrolar dos acontecimentos, em duas realidades paralelas, tem sido uma coisa habitual.
Entretanto o presidente russo, se acreditar em informações facultadas por fontes russas, disse a Hollande muita coisa. Explicitou que a Rússia tem interesses nacionais legítimos como a União Europeia, a Alemanha, a França e qualquer outro país. Mas quando ao lado dela, na Ucrânia, se inspira um golpe de Estado e se cria uma nova filial da OTAN, ela não pode deixar de reagir.
Os paradoxos da “briga ucraniana” entre a UE e a Rússia estão à vista, se cristalizando cada vez mais. Por exemplo, apesar das declarações sobre a “agressão” de Moscou, a Eslováquia fechou com a Rússia, em 5 de dezembro, um novo acordo de longo prazo sobre o fornecimento do petróleo russo nos próximos 15 anos. A União Europeia, sem fazer muito barulho, cancelou a proibição para a concessão de créditos aos bancos russos para os prazos superiores a 30 dias.
As sanções antirrussas têm vindo a complicar a vida da Europa que, aos poucos, começa a abrandá-las. A União Europeia não deixa de pensar no advento da primavera, altura em que, por via de regra, os agricultores haviam começado a avolumar as suas exportações para a Rússia. Como se sabe, a UE “fechou as portas”, tendo criado dificuldades para seus exportadores que não se dão por contentes com tal decisão, para não dizer mais.

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