Dassault tem preocupações sobre a capacidade da HAL para produzir materiais compósitos e sistemas de radar para o Rafale

O jornal NDTV revelou os detalhes sobre as deficiências identificadas pelo fabricante francês.

Os US$ 12 bilhões centrados sobre se a Índia vai comprar os 126 caças Rafale da França fizeram alguns progressos, disseram fontes, um dia depois que o ministro da Defesa Manohar Parrikar reuniu-se com seu colega francês Jean-Yves Le Drian em Delhi, apesar de que o acordo não seja assinado antes de abril.

A Dassault Aviation, o fabricante francês, tem preocupações sobre o material compósito de fibra de carbono que seria usado pela HAL no revestimento do caça. Embora a HAL orgulhe-se em ter dominado o uso desses compostos (que também são usados no Tejas), a HAL usa uma técnica manual. A Dassault, por outro lado, utiliza um processo automatizado e muito mais rápido para a fabricação de estruturas de compósitos de fibra de carbono em locais supercrítico como nas asas do Rafale. A HAL e a Dassault precisam chegar rapidamente a um consenso sobre a melhor forma de desenvolver os compósitos para garantir que o prazo para a fabricação de caças seja atendida. Um processo mais lento por parte da HAL poderia significar que os prazos de entrega da Dassault não sejam cumpridos.

Negociadores franceses têm indicado que enquanto eles são obrigados a formar engenheiros indianos na montagem de componentes chave do caça Rafale, eles precisam dar garantias específicas para assegurar que os engenheiros treinados sejam capazes de executar os trabalhos como deve realmente ser.

Demonstrador Rafale decola pela primeira vez em 1986 (Imagem: lepeps.chez-alice.fr)

O sensor primário do Rafale, o RBE-2 de varredura eletrônica, é fabricado em laboratórios no ‘estado-da-arte’na França, com produção e padrões de qualidade excepcionalmente rígidos. Laboratórios de aviônicos de Hal, que atualmente trabalham em radares para o Su-30 da Força Aérea 30 têm diferentes padrões e tecnologias. Fontes francesas dizem que os engenheiros da HAL vão precisar de uma mudança na cultura de trabalho e os laboratórios de aviônicos em Bangalore vão precisar de modernização para atender aos padrões franceses. Isto é não é visto como um problema ao negócio, mas os franceses têm sinalizado a preocupação de que a modernização da tecnologia da HAL pode ser um processo demorado.

Enquanto o Ministério da Defesa pode estar ciente das limitações da Hal, o governo é claro que estas são questões que precisam ser negociados e que sua principal preocupação é a eventual entrega e desempenho do caça Rafale de acordo com suas especificações de design anunciados.

A NDTV tomou conhecimento de que o primeiro lote de caças Rafale montado na Índia levaria cerca de 44 meses para ser fabricado, embora este prazo seja susceptível de ser reduzido conforme a HAL ganha em experiência. Conforme a produção local seja sendo afinado a produção deverá tornar-se mais rápida.

A Hindustan Aeronautics, por seu lado, se diz positiva sobre as suas capacidades de fabricação do caça Rafale. No Aero India, o maior show aéreo da Ásia, o novo presidente da HAL Suvarna Raju disse a repórteres que a HAL “não quer ninguém garantindo nossos produtos”. Esta seria uma boa notícia para a Dassault e as negociações.

FONTE: NDTV – Tradução e edição: CAVOK