Na UFEM está tudo pronto para receber o motor Jeumont-Schneider destinado ao “Riachuelo”
Executivos da Itaguaí Construções Navais – joint venture da indústria naval francesa DCNS com a empreiteira Odebrecht – aguardam para a semana de 13 a 17 deste mês, a chegada, à Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM) do complexo industrial-militar naval de Itaguaí (RJ), do motor elétrico principal assíncrono Jeumont-Schneider EPM Magtronic que vai equipar o Riachuelo, primeiro submarino brasileiro da classe Scorpène.
Com 75 m de comprimento e deslocamento submerso ligeiramente superior a 2.000 toneladas, o navio será um pouco maior que um Scorpène-padrão. Mercê do trabalho de seu EPM Magtronic, de 2.915 KW (a 150 rpm), ele poderá mover-se a velocidades de até 21 nós.
Dentro do submarino o motor Jeumont trabalhará alimentado por dois motores diesel MTU, de fabricação alemã. Motor assíncrono é um motor elétrico de corrente alternada que utiliza uma corrente induzida em seu rotor, em vez de um fornecimento físico de energia para produzir o seu movimento de rotação. Ele é considerado ideal para aplicações pesadas, devido à sua simplicidade e robustez. No submarino, é o EPM Magtronic que acionará o eixo do hélice.
Atrasos – No início do ano, a ICN advertiu a Marinha para a possibilidade de a entrega do Riachuelo, prevista aquela época para 2017, só vir a acontecer no primeiro semestre de 2018.
Seções do casco do primeiro navio Scorpène da Marinha do Brasil
Entretanto, depois da viagem do ministro da Defesa brasileiro, Jaques Wagner, à França, em maio passado – para a renegociação de prazos e pagamentos do cronograma de construção do Riachuelo, em função dos cortes orçamentários ditados pelo ajuste fiscal no Brasil – e, segundo a coluna INSIDER pôde apurar, devido também aos atrasos da DCNS na entrega de materiais para a estrutura do submarino, o mais provável é que (não havendo novos e maiores imprevistos) o barco fique pronto no início de 2019.
O motor elétrico está chegando agora ao complexo de Itaguaí – três ou quatro anos antes da data de entrega do submarino –, em cumprimento ao acordo feito pela ICN com a empresa francesa Jeumont, no âmbito do cronograma que previa que o aprontamento do navio em 2017.
Aramar – A 2 de junho último a Jeumont embarcou para o Brasil o motor elétrico destinado ao Sistema Elétrico de Propulsão da planta de propulsão do submarino nuclear que a Marinha do Brasil está construindo no Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica (LABGENE) do Centro Experimental de Aramar, no município paulista de Iperó. O equipamento foi desembarcado no Brasil no dia 15 de junho.
Tratava-se, nesse caso, de um poderoso motor síncrono de ímã permanente que mede cerca de 6 m de comprimento por 3 m de largura, e 4,5 m de altura – o maior que a Jeumont jamais construiu.
O sistema de propulsão montado em Aramar servirá para validar os planos e ensaiar todas as condições de operação possíveis de uma planta de propulsão nuclear.
Por ser uma instalação experimental em terra, o projeto segue as convenções e regras típicas de usinas nucleares, de forma a garantir a segurança dos operadores e população local e evitar danos ao meio ambiente.
Motor elétrico fabricado pela francesa Jeumont-Schneider para o conjunto de equipamentos que, em Aramar, simula o funcionamento de um sistema de propulsão nuclear
Plano Brasil
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