A Marinha dos EUA decidiu não enviar os dois X-47B a museus e vai mantê-los em “estado de espera de voo” por mais cinco meses.
A Marinha decidiu adiar o envio de seus drones de combate X-47B para um museu da aviação. Por enquanto, a aeronave da Northrop Grumman, será mantida na condição de voar, na espera de decisões de alto nível sobre a forma de avançar o programa.
“A Marinha está estudando um leque de opções envolvendo os veículos aéreos X-47B,” disse o capitão da Marinha, Beau Duarte, gerente de programa para aviação não tripulada em porta-aviões.
Em abril a Marinha informou que iria doar os drones, apelidados de Salty Dog 501 e Salty Dog 502, para um museu, mesmo após uma série de testes bem sucedidos no mar. O pensamento na época era de que não havia mais uso para a aeronave, embora a Marinha continue a estudar os dados dos testes.
Os legisladores rapidamente reagiram a essa decisão e exigiram que a Marinha mudasse o rumo das ações. O Comitê de Serviços Armados do Senado sugeriu a Marinha a continuar a testar o X-47B. A comissão repreendeu a Marinha por abandonar o programa num momento em que outras nações estão correndo para desenvolver seus drones de combate e mísseis antinavio, que tornariam aeronaves de longo alcance, como o X-47B, uma valiosa arma em uma futura guerra.
Duarte disse que a mudar a condição do programa prevê o financiamento da Northrop Grumman para manter a aeronave X-47B em “estado de espera de voo” na Estação Aérea Naval de Patuxent River, Maryland.
As realizações técnicas do X-47B no ano passado, com lançamentos por catapulta e pousos enganchados em porta-aviões, voo em formação com aviões tripulados e reabastecimento em pleno ar, foram ofuscados por batalhas políticas sobre o plano da Marinha para terminar o programa.
A Marinha investiu US$ 1,8 bilhões no programa ao longo dos últimos oito anos.
A Marinha pretendia emitir um concurso público para um novo robô para uso em porta-aviões, chamado UCLASS (unmanned carrier launched strike and surveillance). Vários projetos da indústria eram esperados, e as autoridades insistiram que a Marinha não iria comprar uma versão modificada do X-47, mas os planos para começar a trabalhar no UCLASS estão paralisados, uma vez que o Capitólio busca principalmente um drone espião que seria mais acessível, mas menos avançado tecnologicamente do que o X-47.
“Nós vamos precisar de um UCLASS com capacidade de ataque e profunda penetração em território inimigo“, disse o deputado Randy Forbes, um dos mais ferrenhos críticos do programa. Forbes e vários analistas questionaram exigência da Marinha para 14 horas de resistência, o que significava que a aeronave não seria capaz de transportar uma pesada carga de armas. Ele concordou com a Marinha que um avião de combate avançado seria caro, mas, no entanto, deve ser uma prioridade. “Tudo o que fazemos hoje é caro“, disse Forbes.
Por orientação do Congresso, o Pentágono está revendo as especificações da Marinha para o UCLASS como parte de uma ampla revisão estratégica. “O UCLASS, como muitos outros programas, está passando por uma avaliação como parte de deliberações orçamentais“, disse Duarte. A solicitação de propostas permanece em espera enquanto se aguarda o resultado da revisão do Pentágono.
Um porta-voz da Northrop disse que não poderia comentar especificamente sobre o futuro do X-47B. Os executivos da indústria nos últimos meses estão insatisfeitos com a indecisão em programas como o UCLASS, o que está custando as empresas milhões de dólares, pois estão pagando para manter suas equipes de design. A Northrop Grumman, a Boeing, a General Atomics e a Lockheed Martin receberam contratos de US$ 15 milhões para projetos UCLASS, mas podem ter que voltar à prancheta de desenho depois que o Pentágono concluir a revisão.
FONTE: National Defense – Tradução e edição: CAVOK
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