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sábado, 29 de agosto de 2015

Jaques Wagner embarca para a China, mas Defesa esconde mais essa viagem ao exterior

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O ministro da Defesa do Brasil, Jaques Wagner, posa para fotos, em Brasília, em companhia do Primeiro-Ministro chinês Li Keqiang

O ministro da Defesa, Jaques Wagner, embarca para a China neste final de semana, para uma estadia de quase uma semana.

O petista representará a presidenta Dilma Rouseff nas comemorações dos 70 anos de aniversário da vitória da Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa e da Guerra Antifacista Mundial, que será marcada na capital chinesa, por uma grandiosa parada militar.

Wagner ainda terá em sua agenda de Pequim um almoço com o presidente chinês, Xi Jinping.

Os detalhes da viagem são mantidos em sigilo pelo Ministério da Defesa, o que não chega a ser uma novidade. O segredo também foi adotado na segunda semana de agosto, quando Wagner se ausentou de Brasília para uma visita de trabalho de pouco mais de 24 horas a Bagdá.

Naquela oportunidade a Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Defesa foi instruída a ignorar a viagem ao Iraque, sob a alegação de que o sigilo era “por motivos de segurança” – Bagdá, como se sabe, é uma cidade sob ameaça permanente dos terroristas do Estado Islâmico.

Assim, nos dias 12 e 13 de agosto, a agenda do ministro da Defesa na Internet registrou apenas uma lacônica frase: “O ministro da Defesa, Jaques Wagner, cumpre agenda de trabalho no exterior”.

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Soldados chineses treinam seu alinhamento para a parada militar da próxima quinta-feira, dia 3 Para o titular da Defesa, viagens de longa duração não são, exatamente, um sofrimento.

Nos oito anos em que governou a Bahia (entre 2007 e 2015), Wagner notabilizou-se por ser um dos governadores brasileiros que mais viagens ao exterior realizou — tendo estado, inclusive, na China.

Desde que assumiu os assuntos da Defesa, Jaques Wagner já esteve em visita oficial à Itália, Rússia, França, Argentina e Estados Unidos.

Amazônia – A China é uma aliada brasileira, principalmente no campo econômico. Os dois países fazem parte do BRICS, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

No início do ano o ministro da Ciência, Tecnologia e Indústria Militar da China, Xu Dazhe, esteve em Brasília e convidou Wagner a visitar seu país no mês de setembro – compromisso que irá se efetivar na próxima semana.

A Marinha brasileira escolheu uma empresa chinesa para reconstruir sua base na Antártida, e também encomendou a um estaleiro chinês a construção do seu novo navio hidroceanográfico, o Vital de Oliveira – considerado o mais moderno em sua categoria em toda a América do Sul.

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Navio hidroceanográfico “Vital de Oliveira”, da Marinha do Brasil, à época de sua construção na China

Durante a visita de Dazhe, e, semanas mais tarde, ao longo de uma passagem do primeiro ministro chinês, Li Keqiang, por Brasília, os chineses demonstraram interesse por cooperar com o Brasil na área de sensoriamento remoto, telecomunicações e tecnologia da informação – especialmente para a defesa e proteção dos recursos naturais da Amazônia.

O assunto é delicado. Alguns chefes militares brasileiros vêem com indisfarçável cautela o interesse da China pela Amazônia.

Representantes dos ministérios da Defesa dos dois países trabalham para implementar a parceria firmada entre os seus países, no primeiro semestre, cujos efeitos deverão ser sentidos no âmbito do Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM).

O ministro Xu Dazhe esteve na sede do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), em Brasília. E também no escritório regional do Censipam em Manaus (AM).

Dazhe disse a Wagner que seu país também tem interesse em expandir a cooperação em programas brasileiros relativos a monitoramento à distância, como o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SISGAAz). Além de dar continuidade, claro, à parceria que já existe entre os dois governos no campo espacial.

As marinhas da Argentina e do Uruguai examinam uma proposta da China de equipá-las com o navio-patrulha oceânico da classe P-18N, de apeoximadamente 1.800 toneladas, recentemente entregue à Força Naval da Nigéria. Mas no caso do Brasil isso, aparentemente, não está em consideração.

Plano Brasil

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