O “caça-conceiro” 1.44 estará exposto, a partir do dia 25, nos arredores de Moscou
O Ministério da Defesa e a indústria aeronáutica russa vão, finalmente, desvendar um segredo de quase 30 anos: o caça Mig 1.44, desenhado pelo birô Mikoyan e construído em obediência a um projeto que privilegia concepções e materiais “furtivos” – capazes de deixar a aeronave quase invisível aos radares inimigos.
De acordo com a rede de tevê Zvezda (“Estrela”), do Ministério da Defesa de Moscou, o “produto 1.44” será a grande estrela do Salão Aeroespacial MAKS-2015, que será inaugurado na cidade de Zhukovski, nas vizinhanças da capital russa, no próximo dia 25 de agosto – uma terça-feira –, com a presença do presidente Vladimir Putin.
Analistas ocidentais garantem que os russos não têm a intenção de fabricar o 1.44 em série – já que optaram pelo PAK-FA, da Sukhoi –, mas a Zvezda ressalta: o novo MIG é uma prova de que a indústria aeronáutica de seu país está pronta para fabricar um avião com os predicados de desempenho do caça Lockheed Martin F-22 Raptor americano.
No caso do 1.44, alguns dos conceitos começaram a ser pesquisados no final dos anos de 1970.
A fuselagem curva e revestida de materiais que “absorvem” as emissões eletrônicas do inimigo, fazem do Projeto 1.44 uma boa resposta ao caça F-22 Raptor dos Estados Unidos
Na metade final da década de 1980 os primeiros testes estáticos do jato foram transferidos para o centro de provas de Ajtiúbinsk, na Rússia Meridional. Mas nas últimas duas décadas a pesquisa do avião foi desenvolvida em um hangar (de acesso restrito) do centro de provas aeronáuticas Grómov, que acolhe, habitualmente, as mostras MAKS.
Curvas – Como forma de reduzir a sua assinatura nas telas de radares inimigos, o Mig 1.44 traz todo o seu armamento (mísseis e bombas) – que normalmente estaria pendurado em cabides externos – embutido dentro da fuselagem.
A célula tem um design fortemente arredondado, revestido de materiais que “absorvem” boa parte das emissões eletrônicas produzidas por outro avião ou por equipamentos em terra, em vez de refleti-las completamente.
Mesmo em sua parte ventral, o Mig possui longas seções em chapas curvas. Em função desse acabamento, as ondas emitidas pela aviônica do inimigo deslizam “suavemente” para fora do jato russo, em vez de se chocarem contra arestas e “braços” que se projetam para fora do corpo da aeronave.
Nos meios aeronáuticos ocidentais comenta-se que o Mig 1.44 poderia alcançar a velocidade supersônica de 2.900 km/h, mantendo o deslocamento mais rápido do que o som mesmo em voo de cruzeiro…
O teto operacional da aeronave seria de 20.000 m (apenas como comparação: o teto de serviço de um F-5E igual ao operado pela Força Aérea Brasileira é de 15.590 m).
O projeto 1.44 só não veio antes a público porque, em 1999, o Ministério da Defesa russo decidiu priorizar os programas de desenvolvimento da companhia Sukhoi. O resultado: em 2002 os militares anunciaram que o próximo caça de uso extensivo da sua aviação militar será o PAK-FA.
Analistas independentes enxergam, contudo, uma forte semelhança entre o design do 1.44 e o acabamento do caça chinês J-20.
Caça J-20 chinês. Inspirado no Mig 1.44?
Plano Brasil
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