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sábado, 12 de setembro de 2015

Movimentação da Rússia na Síria pega OTAN de surpresa


Secretário geral da OTAN, Jens Stoltenberg.

Por Kevin Baron – texto do Defense One

Tradução, adaptação e edição – Nicholle Murmel

Quando a Rússia enviou forças militares para a Síria na semana passada, a OTAN foi pega de surpresa e, com isso, demonstrou que seus membros não conseguem se manter à frente das ameaças nem decidir quais são as mais urgentes – isso de acordo com o diretor de inteligência da Organização.

 “Somos capazes de acompanhar as ameaças?... Absolutamente não”, declarou o contra-almirante Brett Heimbigner, da Marinha americana, na última quinta-feira. “A capacidade de inteligência... para lidar de forma precisa com algumas dessas crises é claramente insuficiente”.

A frustração mais recente de Heimbigner: “sob uma perspectiva da Aliança, o que Moscou está fazendo e a habilidades da Rússia de nos surpreender constantemente”.

“Nós fomos capazes de perceber alguns avisos, mas não captamos essa movimentação sob um ponto de vista estratégico até alguns dias atrás”, disse durante o Intelligence and National Security Summit em Washington.

Mais tarde, no palco principal da conferência, o diretor da Agência de Inteligência para Defesa americana, general Vincent Stewart, confirmou informações divulgadas na mídia de que forças russas se deslocaram para o território sírio, mas ele e o diretor da CIA, John Brennan, declararam que não havia certeza sobre as características e objetivos desse contingente.

Brennan falou calmamente desse desdbramento e foi rápido em argumentar que, ao longo da guerra civil na Síria, a Rússia cooperou com o Ocidente em outros âmbitos de segurança, incluindo conter o terrorismo crescente na região. “Eu e outros conversamos com nossas contrapartes russas acerca dessas preocupações em comum”, afirmou.

No que se refere à OTAN, Heimbigner descreveu a aliança como dividida: os países membros nos Bálcãs e no Leste Europeu se preocupam mais com a Rússia, enquanto os integrantes no sul da Europa temem o Estado Islâmico, cujo “crescimento é exponencialmente mais rápido do que o esperado”.

“Na verdade, agora estamos numa situação em que, como Aliançam não conseguimos sequer organizar uma avaliação coordenada das ameaças como um todo, porque cada um desses dois grupos quer que seus temores sejam tratados como prioridade”, disse o contra-almirante.

Um problema que Heimbigner apontou durante a conferência em Washington é a falta de equipamentos de inteligência, vigilância e reconhecimento para cobrir toda a área que a Organização abrange. “Temos uma falta assombrosa de ISR. Quando pedimos que uma nação colabore, tudo o que ela tem já está comprometido com outras demandas e simplesmente indisponível para nós”.

Há ainda a possibilidade de dois conflitos se tornarem um, com a movimentação da Rússia para dentro da Síria e o fluxo de refugiados vindo do Oriente Médio. “meu flanco ao sul é a fronteira com a Turquia, e estou muito preocupado com a possibilidade de termos que atuar nessa área em breve”, alertou.

Defesa Net

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