Na microcefalia, os bebês nascem com os crânios e os cérebros menores do que seriam considerados de tamanhos normais, o que acarreta problemas neurológicos e de desenvolvimento. Na nova pesquisa, divulgada no site JAMA Ophthalmology (anteriormente conhecido como Archives of Ophthalmology), os cientistas relatam que acabam de descobrir um novo defeito perturbador,também associado ao zika vírus.


Detecção de mais um problema

No estudo divulgado, os cientistas acompanharam a gravidez de 29 mulheres, sendo que 80% delas (23 mães) relataram terem apresentado sintomas associados à infecção pelo zika vírus durante a gestação.
Ao examinarem os recém-nascidos, os pesquisadores se depararam com um cenário preocupante: dos 29 bebês, 10 apresentavam algum tipo de problema ocular, em um ou ambos os olhos. Nos 10 bebês que apresentavam algum tipo de problema, 7 possuíam problemas oculares bilaterais, ou seja, nos dois olhos.
Os problemas mais encontrados foram a presença de manchas de pigmento focal na retina, além de atrofia coriorretiniana, presentes em 47,1% dos casos, seguidos por coloboma da íris bilateral e subluxação do cristalino.
Após a divulgação do estudo, Lee Jampol, professor de oftalmologia na Universidade de Northwestern, Illinois, declarou: “Estamos muito preocupados. Ainda não houve testes suficientes para saber o que vai ser da visão desses bebês”. Jampol e sua companheira de profissão, a oftalmologista Debra Goldstein, aconselham que os bebês nascidos com microcefalia em áreas que apresentam casos de zika vírus tenham seus olhos examinados, em busca de possíveis lesões.
Enquanto ainda não há vacina, o melhor a se fazer é tomar medidas preventivas contra a picada do mosquito Aedes aegypti, como o uso de repelentes.