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quinta-feira, 16 de junho de 2016

Ministro da Defesa argentino diz que seu país está negociando com a França a compra de caças Mirage F.1 e 2000 (todos de 2ª mão)

CacaMirageF.1
Por Roberto Lopes

A Argentina está negociando a aquisição de um pacote de aeronaves de combate usadas e suprimentos aeronáuticos com o governo da França, de forma a reativar a sua Aviação de Caça.

A informação foi publicada nesta quarta-feira (15.06), pelo jornal portenho La Nación, que ouviu o ministro da Defesa argentino Julio César Martínez durante sua estadia em Paris para visitar a mostra internacional de armamentos Eurosatory 2016.

O pacote incluiria uma dúzia de caças Mirage F.1, “alguns” Mirage 2000 (de modelo não especificado) e motores Turbomeca Astazou (agora disponibilizados pela empresa francesa Safran Helicopters Engines) para serem instalados em cerca de 20 bimotores de ataque Pucará que se encontram, praticamente, inoperantes.
Omissões – A reportagem deixou de investigar, contudo, se entre os suprimentos que serão importados da França estão incluídos componentes para os caças navais Super Étendard da Marinha Argentina, fabricados, 35 anos atrás, pela empresa francesa Dassault. Esses jatos também se encontram quase que indisponíveis há vários anos.

A notícia igualmente omite informações sobre a postura adotada pelo governo do Reino Unido diante da possibilidade de transferência dos armamentos importantes para a Força Aérea Argentina (FAA). Londres e Buenos Aires mantém um relacionamento tenso por causa do controle britânico sobre o arquipélago das Malvinas, que os argentinos não aceitam.

Mas as declarações do ministro Martínez parecem colocar um ponto final na expectativa de que a Fuerza Aerea Argentina pudesse vir a receber os caças Kfir israelenses. Ainda que, segundo a coluna INSIDER pôde apurar, circulem rumores em Buenos Aires de que o Secretário de Estratégia e Assuntos Militares (Ángel Tello) e o Secretário de Logística (Walter Ceballos) do Ministério da Defesa argentino estejam com viagem marcada para Israel, possivelmente no mês de julho.

Acordo – De acordo com o jornal, nesta terça (14.06) Martínez foi recebido pelo ministro da Defesa francês, Jean-Yves Le Drian, para uma conversa que durou cerca de uma hora.

“A operação [com o governo francês] prevê um excelente preço e condições muito favoráveis”, revelou o titular da Pasta argentina da Defesa. O acerto em análise circunscreve todo o entendimento a um acordo “de Estado a Estado”, sem intermediários, e que se aproveita daquilo que o La Nación descreveu como ” el nuevo clima de confianza que se instauró entre ambos países”. Possível alusão não apenas à posse do presidente Mauricio Macri em Buenos Aires, no mês de dezembro, mas também à visita do presidente francês François Hollande à capital argentina, em fevereiro.

“A Força Aérea Argentina não pode prescindir de aviões supersônicos”, declarou Martínez ao diário de seu país. “Nossos pilotos devem poder se adestrar em aparelhos modernos”, completou.

Mas o ministro argentino se negou a comentar valores, e adiantar informações sobre prazos de pagamento porque, segundo ele “as negociações não estão terminadas”.

Ash Carter – A opção da FAA e do governo Macri pelos Mirages modelo F.1 não representa, em si, uma novidade. Ao contrário.

Em 2014, apesar de boa parte dos brigadeiros argentinos reafirmarem sua predileção pelo Mirage 2000-5,  a alternativa F.1 foi detidamente analisada em Buenos Aires, devido a uma oferta do Ejército del Aire espanhol, que estava desativando os seus caças F.1. Ocorre que, naquela oportunidade, os militares argentinos concluíram que os jatos espanhóis chegariam a Buenos Aires praticamente “depenados”, isto é, despojados de uma série de aviônicos e equipamentos de combate padrão-Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
U.S. service members, with representatives from each branch of service along with coalition forces, are participating in Red Flag 06-02. Exercises are taking place at Nellis AFB,Nev.August 7- August 18. (USAF photo by Tsgt Bob Sommer)(RELEASED)
Outro fator que pesou na aproximação dos ministérios da Defesa de França e Argentina foi a cortesia com que Julio César Martínez foi recebido em Paris. Mês passado o argentino tentou se avistar com seu colega americano Ashton Ash Carter, mas a assessoria do Secretário da Defesa dos Estados Unidos argumentou que Ash não tinha agenda para receber o argentino.

De qualquer forma, em sua entrevista ao La Nación, Martínez garantiu que o governo dos Estados Unidos concordou em vender caças F-16 à sua Aviação Militar, e o que entorpeceu essa negociação foram limitações de ordem econômica. “A hora de voo dos F-16 os torna quase proibitivos”, declarou o ministro de Mauricio Macri. O jornal lembrou que, meses atrás, Martínez comentou que o Chile possui 24 F-16 mas tem dificuldades em mante-los no ar porque a hora de voo da aeronave custa 17.000 dólares (comentário que causou desconforto na Administração Michelle Bachelet, em Santiago).

Gripen – Martínez surpreendeu que também a Itália ofereceu os seus jatos para reequipar a Força Aérea Argentina, o que poderia ser uma alusão não a interceptadores propriamente ditos, mas aos jatos supersônicos de treinamento avançado Alenia Aermacchi M-346 Master, já adotados pelas forças aéreas de Israel, da própria Itália, da Polônia e de Singapura.
CacaM346
O La Nación também publica, sem atribuir a informação ao ministro Martínez,  que também o grupo sueco SAAB ofereceu aos argentinos o seu caça Gripen NG, que, a partir do fim desta década, começará a ser fabricado nas instalações da Embraer em Gavião Peixoto (interior de São Paulo). Inclusive com transferência de tecnologia para a indústria aeronáutica argentina.

Mas o ministro da Defesa da Argentina emprestou, à revitalização dos turboélices Pucará a mesma importância que confere à aquisição dos Mirages. Isso porque os bimotores se destinam  às tareas de vigilancia de las fronteras norte, principal paso de la droga. Segundo Martínez “não se pode realizar esta atividade com aviões supersônicos. Os Pucará são absolutamente apropriados para isso”.
CacaPucaránoissolo

Plano Brasil

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