A sequência mostra um navio de Inteligência chinês da classe Dong Diao, e, abaixo, a pista do porta-aviões americano “John C. Stennis”
Por Roberto Lopes
Um navio de Inteligência chinês identificado como pertencente à classe Dong Diao, de 130 m de comprimento e 6.000 toneladas de deslocamento, violou águas jurisdicionais japonesas, intrometeu-se na área de manobras das embarcações dos Estados Unidos, Japão e Índia que participam da Operação Malabar 2016, no Pacífico Ocidental, e passou a acompanhar o moderno porta-aviões americano John C. Stennis, um aircraft carrier da classe Nimitz.
A informação foi distribuída nesta segunda-feira pela agência de notícias Reuters, que cobriu a entrevista coletiva de Hiroshige Seko, chefe adjunto do Secretário do Gabinete Japonês.
De acordo com Seko, logo que o barco-espião ingressou em águas japonesas, a oeste da Ilha Kuchinoerabu, ele passou a ser vigiado por um avião militar. Não há informações se essa aeronave possuía os meios adequados à produção de interferência eletrônica nos sensores do navio intruso, ou se tentou proceder a alguma manobra do gênero.
A Marinha da China possui três navios da classe Dong Diao, mas o barco que vem operando como shadow do navio-aeródromo americano não teve o seu indicativo de casco revelado. Ele transporta três grandes radomes e está apto a captar e gravar uma grande variedade de dados emitidos por outros navios e por estações de comunicação em terra, bem como monitorar a trajetória de mísseis balísticos.
Ele também carrega um pequeno armamento de autodefesa: um reparo duplo de bôcas de fogo de 37 mm e dois reparos simples de canhões bitubo de 25 mm.
O exercício naval Malabar 2016 teve início na quinta-feira da semana passada (09.06), e vai prosseguir até depois de amanhã (17.06).
Cartaz de divulgação do exercício trilateral Malabar 2016
É a primeira vez, desde 2004, que uma unidade da frota militar da República Popular da China viola a soberania do Japão no mar. E Hiroshige Seko deixou claro que se referia ao mar territorial, de 12 milhas a partir da costa do território insular.
Doze anos atrás uma fragata chinesa da classe Jiangkai I foi surpreendida pelo destroier japonês Setogiri dentro de águas pertencentes ao Japão, perto do arquipélago japonês Senkaku, em uma área do Mar Oriental da China que tem a sua soberania disputada pelos governos de Tóquio e de Pequim – o que motivou um protesto formal dos japoneses.
Plano Brasil
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