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quarta-feira, 15 de junho de 2016

Aviação Paquistanesa avalia caças F-16 usados oferecidos pela Jordânia para não ter que dar USD 699 milhões por 8 jatos novos

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Bela imagem de um F-16 Block 30 da Aviação jordaniana

Por Roberto Lopes

O Comando da Força Aérea Paquistanesa está avaliando a oferta que recebeu do governo de Amã, de ficar com 16 caças F-16 Block 30 que estão sendo disponibilizados pela Aviação jordaniana, como forma de contornar o impasse criado pelo elevado valor pedido pela companhia americana Lockheed Martin para fornecer oito caças novos (versão 52): 699 milhões de dólares.

A informação, divulgada nesta terça-feira (14.06) pelo Dawn Media Group (Grupo Dawn de jornais paquistaneses) foi atribuída ao Secretário de Defesa do governo de Islamabad, Tenente General (da reserva) Alam Khattak.


Informações extraoficiais que circulam nos círculos diplomáticos de Islamabad dão conta de que o pacote jordaniano poderia ser adquirido por uma quantia entre 350 e 400 milhões de dólares, o que equivaleria a um custo por aeronave em torno dos 25 milhões de dólares – muito diferente dos 87,3 milhões pedidos pelos americanos por um F-16 Block 52.

A oferta jordaniana pode ter por trás o governo da Arábia Saudita, que é aliado da Jordânia e do Paquistão e, aparentemente, estaria disposto a respaldar o reequipamento da Aviação de Caça do Paquistão.

Repercussão – A Real Força Aérea da Jordânia possui, hoje, de 30 a 40 caças F-16 – 15 deles submetidos à chamada “atualização de meia vida 6.5”, mas estes estariam fora do lote ofertado aos paquistaneses.

Dessa forma, é certo que, no caso de Islamabad aceitar a proposta feita pelo governo da Jordânia, a Força Aérea do Paquistão terá que providenciar a modernização dos jatos jordanianos que for receber.

Segundo o despacho do Grupo Dawn, o Secretário Khattak considerou as negociações de sua Força Aérea com a Lockheed Martin sobre os F-16 “encerradas”, e isso já teria sido, inclusive, comunicado ao Comitê de Defesa e Relações Exteriores do Senado do Paquistão.
JorKhattak com o almirantedaGuardaCosteiraHakam Ustem
O Secretário Khattak (à esq.) recebendo o comandante da Guarda Costeira da Turquia, almirante Ustem

O assunto vem causando polêmica no Parlamento de Islamabad, onde vários congressistas fizeram declarações hostis aos Estados Unidos.

Eles argumentam que Washington dificulta deliberadamente a transferência de jatos Block 52 para o seu país, devido a uma suposta falta de vontade política do governo paquistanês para enfrentar destacamentos do Talibã que operam no Afeganistão usando o território paquistanês como santuário.

Diferenças – O Secretário Khattak não fugiu a uma consideração técnica sobre a inferioridade do modelo F-16 Block 30 que está sendo ofertado pelos jordanianos.

Ele revelou que as aeronaves jordanianas, fabricadas nos Estados Unidos no período de 1988 a 1990, receberam uma atualização entre 2001 e 2002, mas são consideravelmente mais limitadas que a versão Block 52 – e precisarão, portanto, ser submetidas a um novo upgrade (de custo não informado).

Os caças F-16 que integram o inventário atual da Aviação Paquistanesa são da versão A/B (Block 15), e, por isso, nos próximos dois anos, precisarão ser aposentados.
JorF-16Anumabasepaquistanesa
A sequência mostra um F-16A numa base paquistanesa (acima) e um F-16B, também paquistanês, na aproximação para o pouso
Jor F-16B paquistanês na aproximação para o pouso
Os caças F-16 Block 30 foram os primeiros aviões envolvidos no Projeto Alternative Fighter Engine, que disponibilizou para as aeronaves da Lockheed Martin  o motor General Electric F110-GE-100, como alternativa aos tradicionais propulsores Pratt & Whitney. Assim, a partir desse planejamento, os blocks terminados em “0” (como o Block 30) passaram a ser impulsionados por equipamentos GE, enquanto os terminados em “2” (como o Block 32) permaneceram com o modelo Pratt & Whitney F-100.
O primeiro caça F-16 Block 30 começou a operar em 1987, e, ao longo dos anos, 733 unidades desse tipo saíram das linhas de produção da Lockheed Martin.

Entre as suas inovações figurava a capacidade de disparar mísseis à época bastante bem conceituados, como o AGM-45 Shrike, o AGM-88 HARM e o AIM-120. Modernizações posteriores na versão 30 – como um sistema que integra os préstimos do GPS ao de um equipamento INS (de navegação inercial) – fizeram com que ela ficasse conhecida como “versão F-16C++ (ou plus plus).

O primeiro F-16 Block 50/52 só foi entregue à Aviação Militar dos Estados Unidos em fins de 1991.

Os caças tinham um tipo de GPS aperfeiçoado integrado ao INS, e sua capacidade de carregar armamento fora expandida.

Como no caso do Block 30, a motorização dessas aeronaves foi confiada a dois tipos de propulsores diferentes: a do Block 50 ao F110-GE-129, enquanto a do Block 52 ao motor F100-PW-229.

Novidades como a incorporação de suportes especiais para tanques de combustível suplementares, um compartimento adicional para aviônica em sua parte dorsal (que se estende do cockpit à cauda), o radar APG-68, o equipamento de geração de oxigênio para a cabine (OBOGS) e o capacete JHMCS fizeram surgir a versão que ficou conhecida como Block 50/52 + (plus).

Durante 15 anos Washington vetou a exportação do F-16 Block 50/52, até que, em 2006, a Força Aérea da Polônia (país que havia se tornado um entusiasta membro da Otan) foi agraciada com 48 dessas aeronaves.

Índia – O Secretário Khattak defendeu, inclusive, que, a partir de agora, sua Força Aérea explore as possibilidades de cooperação com a Rússia para obter um caça de 5ª geração, e investigue as condições de compra dos jatos Dassault Rafale.

No Ministério da Defesa, em Islamabad, o contra-almirante Mukhtar Khan declarou não acreditar que o governo Barack Obama vá vetar a venda de caças F-16 Block 30 ao Paquistão – o que representaria um ato de hostilidade capaz de comprometer as já abaladas relações militares entre seu país e os Estados Unidos.

Esse quadro de turbulência na ligação politico-militar entre os dois lados se deve não apenas à alegada proteção que as autoridades paquistanesas estariam dando aos guerrilheiros do Talibã, mas também à recente aproximação entre a Secretaria de Defesa dos Estados Unidos e o Ministério da Defesa da Índia (país arquirrival do Paquistão) – especialmente nos campos da cooperação naval e da parceria na indústria aeronáutica.

Sartaj Aziz, conselheiro de assuntos internacionais do Primeiro-ministro paquistanês foi curto e grosso: “Se as condições [impostas pelos americanos para a venda de caças F-16 Block 52] afetam o interesse nacional é melhor não aceitá-las. Isso é um assunto sobre escolhas”, concluiu Aziz.

Plano Brasil

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