Destróier britânico “Dauntless”, com um esquema de seu grupo propulsor no canto direito
Por Roberto Lopes
Membros do Parlamento britânico ouviram, nesta terça-feira (07.06), as explicações dos representantes de um grupo de empresas que atuam na construção naval militar do Reino Unido, sobre as informações de quebra dos motores dos destróieres porta-mísseis Tipo 45, navios que vêm sendo fabricados ao custo de 1 bilhão de libras esterlinas (o equivalente, hoje, a 1,459 bilhão de dólares).
E o motivo do problema parece ser surpreendentemente simples: o sistema de refrigeração das turbinas a gás das embarcações não havia sido completamente testado, e mostrou-se, ano passado, incapaz de salvaguardar o funcionamento do sistema de propulsão dos barcos quando eles operam nas águas quentes do Oriente Médio.
Os esclarecimentos, proporcionados por executivos da BAE Systems, da Rolls-Royce, Northrop Grumman e General Electric também não tiveram o condão de esfriar os ânimos dos políticos. Eles ficaram furiosos com a imprevidência demonstrada tanto pelos projetistas do navio, quanto por seus fornecedores de equipamentos e operadores (no caso, os militares da Marinha Real).
Ainda mais porque o potencial de deterioração da temperatura da água do mar e da biodiversidade marinha sobre o funcionamento do maquinário naval não é, propriamente, uma novidade.
O HMS “Daring”, cabeça-de-série dos navios Tipo 45
Cortes no casco – No fim da década de 1980, o próprio sistema de refrigeração do submarino brasileiro Tupi, construído na Alemanha, entrou em colapso quando o navio cruzou a linha do Equador e passou a cortar as águas quentes do Atlântico sul.
No caso dos destróieres Tipo 45, baseados em Portsmouth (litoral sul da Inglaterra), tudo correu bem enquanto eles se mantiveram no Atlântico Norte… Nas águas do Golfo Pérsico, entretanto, os problemas apareceram produzindo um efeito dominó.
Uma vez que, superaquecidas, as turbinas a gás pararam de fornecer energia para os motores, os geradores de bordo também passaram a falhar, o que chegou a deixar alguns destróieres à deriva…
O Ministério da Defesa britânico viu-se forçado a admitir para os políticos que, desde o fim do mês de janeiro passado, vem submetendo os Tipo 45 a consertos demorados, que custarão vários milhões de libras suplementares (o valor exato não foi divulgado).
O grande problema é como acessar os equipamentos que precisam ser submetidos a refits no compartimento das máquinas. A única solução é cortar o casco.
Corte no casco de um Tipo 45
A Marinha Real informou que o serviço vem sendo realizado de forma a não desfalcar a Royal Fleet de todos os seus seis navios Tipo 45 de uma só vez.
Plano Brasil
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