Na sexta-feira, a companhia nacional ucraniana Ukrenergo fez uma declaração em que pede à população e à indústria para poupar energia durante o horário de pique. Depois disso segue uma informação ainda mais interessante: a Rússia forneceu "assistência técnica" à Ucrânia na forma de 600 MW de energia elétrica.
As redes sociais ucranianas logo foram invadidas com mensagens sobre a traição dos interesses nacionais. Estas mensagens fizeram o novo ministro ucraniano da Energia Igor Nasalik escrever na sua conta no Facebook: "Não haverá nenhum blackout ou 'lá se foi tudo'", e acrescentou para os seus leitores céticos "Não precisamos da ajuda anual da Rússia". Mas, ao mesmo tempo, o Ministério da Energia russo confirmou que a Ucrânia pediu assistência técnica.
O bloqueio de carvão é a segunda razão. Isto aconteceu por causa de um grupo de fatores.
O primeiro fator é o nível perigosamente baixo de estoques de carvão nos armazéns de usinas termoelétricas. Desde 1 de junho, de acordo com relatos das autoridades ucranianas, os territórios não controlados de Donbass deixaram de fornecer carvão (é nesta região que a maioria das minas se situa). "As reservas de carvão nas usinas termoelétricas ucranianas caíram quase um terço devido ao fato de que os territórios não controlados de Donbass deixaram de fornecer carvão, elas não têm outro lugar para ir buscá-lo", diz o especialista em energia Dmitry Marunich.
As maiores minas do país, onde é extraído o carvão mineral utilizado nas usinas termoelétricas, estão situadas precisamente nas repúblicas independentistas de Donetsk e Lugansk (Donbass). O bloqueio de carvão talvez possa estar ligado à intensificação dos combates no leste da Ucrânia. Ou talvez seja uma forma de pressão das repúblicas independentes sobre Kiev, na véspera da votação sobre o estatuto especial e as eleições em Donbass.
Ao mesmo tempo, podemos estar perante um esquema criminoso. As minas nos territórios independentes da Ucrânia pertencem ao oligarca Rinat Akhmetov que, supostamente, podia ter feito um conluio com os líderes de Donetsk e Lugansk para fazer pressão sobre o governo e beneficiar desta situação.
O terceiro fator é a desativação temporária de vários blocos nas usinas nucleares ucranianas. Os blocos não foram reparados por falta de meios ou devido ao bloqueio de abastecimento energético à Crimeia. O volume restante não pode simplesmente ser transferido para as outras regiões da Ucrânia (não há suficientes linhas de energia).
Além disso, a desativação pode estar associada com o experimento de abastecimento de reatores nucleares com combustível nuclear da empresa norte-americana Westinghouse, que substituirá o combustível russo da empresa TVEL.
Finalmente, o último fator possível é o aumento das temperaturas na Ucrânia, que tem afetado a maioria das regiões. Se não for "a assistência técnica russa" a Ucrânia poderá ver-se obrigada a fazer cortes regulares de energia.
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