DILMA ROUSSEFF É CASSADA,VOTAÇÃO FOI DE 61 A FAVOR E 20 CONTRA.VEJA AS REPERCUSSÕES. - Noticia Final

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quarta-feira, 31 de agosto de 2016

DILMA ROUSSEFF É CASSADA,VOTAÇÃO FOI DE 61 A FAVOR E 20 CONTRA.VEJA AS REPERCUSSÕES.

Marri Nogueira/Agência Senado:
Senadores afastam definitivamente Dilma Rousseff da presidência da República por 61 votos favoráveis e 20 contrários; em relação à aprovação da pronúncia, houve dois votos a mais pelo impeachment: Renan Calheiros (PMDB-AL) e Telmário Mota (PDT-RR); parlamentares decidiram em seguida, em votação separada, que Dilma não fica desabilitada para ocupar cargos públicos pelos próximos oito anos; segunda votação foi de 42 votos contra a inabilitação e 36 a favor, com três abstenções; assista ao vivo

Carolina Gonçalves e Karine Melo - Repórteres da Agência Brasil

Por 61 a 20, o plenário do Senado decidiu pelo impeachment de Dilma Rousseff. Não houve abstenção. A posse de Temer ocorrerá ainda hoje, às 16h, no plenário do Senado.

O resultado foi comemorado com aplausos por aliados do presidente interino Michel Temer, que cantaram o Hino Nacional. O resultado foi proclamado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que comandou o julgamento do processo no Senado, iniciado na última quinta-feira (25).

Em seguida, os senadores decidiram, em votação separada, que Dilma não fica desabilitada para ocupar cargos públicos pelos próximos oito anos. A segunda votação foi de 42 votos contra a inabilitação e 36 a favor, com três abstenções.


A votação deste quesito foi feita separadamente a pedido de senadores do PT, que apresentaram o requerimento logo no início do dia e que foi acatado pelo presidente do Supremo.

Fernando Collor, primeiro presidente eleito por voto direto após a ditadura militar, foi o primeiro chefe de governo brasileiro afastado do poder em um processo de impeachment, em 1992. Com Dilma Rousseff, é a segunda vez que um presidente perde o mandato no mesmo tipo de processo.

Dilma fará uma declaração à imprensa. Senadores aliados da petista estão se dirigindo ao Palácio da Alvorada para acompanhar o pronunciamento de Dilma.

Julgamento

A fase final de julgamento começou na última quinta-feira (25) e se arrastou até hoje com a manifestação da própria representada, além da fala de senadores, testemunhas e dos advogados das duas partes. Nesse último dia, o ministro Ricardo Lewandowski leu um relatório resumido elencando provas e os principais argumentos apresentados ao longo do processo pela acusação e defesa. Quatro senadores escolhidos por cada um dos lados – Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), pela defesa, e Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Ana Amélia (PP-RS), pela acusação – encaminharam a votação que ocorreu de forma nominal, em painel eletrônico.

Histórico

O processo de impeachment começou a tramitar no início de dezembro de 2015, quando o então presidente da Câmara dos Deputados e um dos maiores adversários políticos de Dilma, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aceitou a peça apresentada pelos advogados Miguel Reale Jr., Janaína Paschoal e Hélio Bicudo.

No pedido, os três autores acusaram Dilma de ter cometido crime de responsabilidade fiscal e elencaram fatos de anos anteriores, mas o processo teve andamento apenas com as denúncias relativas a 2015. Na Câmara, a admissibilidade do processo foi aprovada em abril e enviado ao Senado, onde foi analisada por uma comissão especia, onde foi aprovado relatório do senador Antonio Anastasia (PMDB-MG) a favor do afastamento definitivo da presidenta.

Entre as acusações as quais Dilma foi julgada estavam a edição de três decretos de crédito suplementares sem a autorização do Legislativo e em desacordo com a meta fiscal que vigorava na época, e as operações que ficaram conhecidas como pedaladas fiscais, que tratavam-se de atrasos no repasse de recursos do Tesouro aos bancos públicos responsáveis pelo pagamento de benefícios sociais, como o Plano Safra.

BRASIL 247

The Guardian: “Suspensão de Dilma Rousseff é um insulto à democracia no Brasil”


De maneira mais ousada, o jornal britânico The Guardian publicou uma carta aberta “condenando a suspensão da presidente Dilma Rousseff”. “É completamente errado que alguns poucos parlamentares se coloquem sobre a vontade política expressa nas urnas por 54 milhões de brasileiros”, diz a carta, cujo título é “Suspensão de Dilma Rousseff é um insulto à democracia no Brasil”.
“O novo governo mostrou suas verdadeiras facetas ao criar um gabinete sem representatividade, somente com homens, lançando políticas neoliberais que ferem milhões de trabalhadores e pessoas de baixa renda. O governo interino não tem mandato para implementar estas políticas”, critica o texto. A carta é assinada por mais de 15 parlamentares trabalhistas britânicos, como Richard Burgon, Ruth Cadbury, Lord Martin John O’Neill e Andrew Gwynne.
“Nós estamos ao lado dos movimentos sociais e grupos civis da sociedade para condenar esse atentado contra a democracia no Brasil”, finalizou o documento
“Rousseff diz que está ocorrendo um golpe de Estado no Brasil”, publicou o espanhol El Pais, na mesma linha adotada pelo francês Le Monde e pelo argentino Clarín.
O jornal norte-americano The New York Times deu ênfase à promessa de Dilma de que “não será calada pelo processo de impeachment”. A emissora latino-americana Telesur publicou que Dilma assegurou, durante todo seu pronunciamento, que não violou a Constituição nem cometeu crimes de responsabilidade em seu governo.
“Jamais atentaria contra o que acredito ou praticaria algum ato que seja contrário aos interesses dos que me elegeram”, disse Dilma, citada pela rede de TV.
Desde que foi afastada da Presidência para responder ao processo de impeachment, Dilma acusa a oposição de orquestrar um golpe de Estado e tenta denunciar o “golpe” no exterior. Ela chegou até a mencionar isso, sutilmente, em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, em abril.
Agência Brasil
Naval Brasil
Glenn Greenwald detona Michel Temer em telejornal norte-americano
Resultado de imagem para Glenn Greenwald

Lula Marques/AGPT
 
Explica que ela foi ao Senado enfrentar seu julgamento. “Dilma não é obrigada, mas optou por fazê-lo.” E isso “é um contraste impactante com o seu ex-vice-presidente, agora presidente interino, que está prestes a se tornar o presidente não eleito”.
Para o jornalista, responsável pelo site Intercept Brasil, nas Olimpíadas Rio 2016, Temer fez o contrário de Dilma e se escondeu. Ele “quebrou o protocolo e pediu que seu nome não fosse anunciado durante a cerimônia de abertura”. Mas quando o público percebeu ele foi vaiado.
Na cerimônia de encerramento, Temer nem compareceu com medo das vaias. “Enquanto ele se esconde, Dilma, que historicamente lutou contra a ditadura militar deste país, foi presa por isso (…) foi enfrentar seus acusadores frente a frente.”
Greenwald ressalta ainda que os políticos que querem cassar Dilma, “são pessoas condenadas criminalmente ou alvo de investigações, incluindo o presidente do Senado”. Para ele, “esse grupo de pessoas em Brasília está literalmente brincando com as bases da democracia, debaixo de nossos narizes”.
Ao ser questionado sobre o motivo do processo contra Dilma, ele responde que “ela é acusada de usar truques orçamentários para fazer com que o orçamento do governo pareça mais positivo, visando vencer a reeleição”.
Mas “se você conversar com europeus e americanos, eles se surpreendem que algo assim possa justificar a remoção de uma presidenta democraticamente eleita, já que é extremamente comum observar essa prática implementada por outros líderes políticos por todo o mundo”.
Explica ainda com muita clareza a trama golpista da aliança formada entre o PMDB e o PSDB para levar a cabo a agenda derrotada nas urnas, com privatizações e retirada de conquistas importantes e afastando o país dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) para se sujeitar aos interesses dos Estados Unidos e ao capital externo.
Tudo está acontecendo, afirma Greenwald, porque “os poderosos do país desejam a implementação dessa agenda de direita e sabem que isso não é possível através das eleições”.
A votação final do impeachment deve acontecer entre esta terça-feira (30) e a quarta-feira. Os movimentos sociais mantêm-se nas ruas contra o golpe e prometem permanecer mobilizados para derrotar o governo golpista.
Naval Brasil

BARBOSA DESTRÓI TEMER: ‘ENTREVISTA PATÉTICA’
:
Ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa chama o afastamento de Dilma Rousseff de "impeachment tabajara" e "patético espetáculo" e dispara contra Michel Temer: "Mais patética ainda foi a primeira entrevista do novo presidente do Brasil, Michel Temer. O homem parece acreditar piamente que terá o respeito e a estima dos brasileiros pelo fato de agora ser presidente. Engana-se"; em entrevista após sua primeira reunião ministerial, Temer fez declarações chocantes e até infantis; em uma crítica a Renan Calheiros, ele disse que a decisão por manter a elegibilidade de Dilma no Senado deveria ter sido um "gesto de bondade" do PMDB, não uma rebeldia de parte da sigla; e rebateu com a seguinte frase críticas do mundo todo sobre o processo de impeachment: "Golpista é você"

O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa foi feroz nas críticas contra Michel Temer, que tomou posse da presidência da República na tarde desta quarta-feira 31, e contra o processo de impeachment de Dilma Rousseff, do qual o ex-ministro da suprema corte sempre se manifestou contra.

"Eu não acompanhei nada desse patético espetáculo que foi o "impeachment tabajara" de Dilma Roussef. Não quis perder tempo. Mais patética ainda foi a primeira entrevista do novo presidente do Brasil, Michel Temer. Explico", começou Barbosa em sua conta no Twitter.

As postagens foram feitas logo após a primeira entrevista de Temer, que abriu sua primeira reunião ministerial no Palácio do Planalto. "O homem parece acreditar piamente que terá o respeito e a estima dos brasileiros pelo fato de agora ser presidente. Engana-se", prosseguiu Joaquim Barbosa.

Em seguida, Barbosa, postou mensagens em inglês e francês. "É tão constrangedor! De repente as forças políticas altamente conservadoras tomaram o Brasil. Tomaram tudo", postou em inglês. "Eles dominam o Congresso. Eles cercam o novo presidente (um político para ser comparado aos velhos "caudillos" da América Latina. Kkkkkkkk", publicou ainda, em referência à expressão que define políticos autoritários ou autocráticos.

"Eles estão conduzindo os meios de comunicação, incluindo canais de TV. E quer saber? Eles não têm votos! Basta esperar um par de anos!", continuou o ex-ministro, em uma crítica também à imprensa brasileira, que foi claramente favorável ao golpe.

Na entrevista, Temer fez declarações chocantes e até infantis. Em uma crítica clara ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ele disse que a decisão por manter a elegibilidade de Dilma no Senado deveria ter sido um "gesto de bondade" do PMDB, e não uma rebeldia de parte da sigla – como foi o caso de Renan.

Temer também rebateu com a seguinte frase críticas que vêm sendo feitas por aliados de Dilma, mas também pela imprensa do mundo todo: "Golpista é você". Leia mais na reportagem da Agência Brasil:

"Se é governo, tem que ser governo", diz Temer na primeira reunião ministerial

Paulo Victor Chagas - O presidente Michel Temer cobrou dos seus ministros um comprometimento com as ideias do governo e que não hesitem em defendê-lo das acusações de que o impeachment de Dilma Rousseff foi um golpe. Ao dar início à primeira reunião com sua equipe, Temer afirmou que será "inadmissível" qualquer tipo de divisão em sua base parlamentar e determinou que "se é governo, tem de ser governo".

Dizendo-se animado após ter sido recebido, ao lado de seus ministros, "com muito entusiasmo" no Congresso Nacional, ele pediu que a tese de golpista seja contestada.

"Golpista é você que está contra a Constituição Federal. Não estamos propondo ruptura constitucional. Nós somos de uma discrição absoluta. Jamais retrucamos [no passado] palavras em relação ao nosso governo, [críticas] à nossa conduta. Mas agora não vamos levar ofensa para casa", ordenou, pregando que sua equipe tem "elegância absoluta" mas também que "é preciso firmeza".

"Isso aqui nao é brincadeira, nem ação entre amigos ou ação contra inimigos", cobrou o presidente, pedindo que seus ministros não "tolerem" acusações de que os parlamentares se arrependeram do processo de impeachment ao conceder a Dilma o direito de exercer funções públicas.

"Pequeno embaraço"

O presidente Michel Temer admitiu hoje (31) que houve um "pequeno embaraço" na base do governo durante a votação do impeachment de Dilma Rousseff, quando os senadores decidiram que ela permanece com o direito de exercer funções públicas.

Ele disse que a manutenção dos direitos políticos de Dilma não foi uma derrota para seu governo, mas afirmou que senadores aliados "resolveram sem nenhuma consulta tomar uma posição". Conforme Temer, caso a decisão fosse combinada com o Palácio do Planalto, poderia haver até um "gesto de boa vontade" ao permitir pela continuidade dos direitos políticos de Dilma.

"Hoje nós tivemos um pequeno embaraço na base governamental, em face de uma divisão que lá se deu. Outra divisão que é inadmissível. Se é governo, tem que ser governo. Quando não concorda com uma posição do governo, vem para cá e converse conosco, para nós termos uma ação conjunta. O que não dá é para aliados nossos se manifestarem lá no plenário sem ter uma combinação conosco", cobrou.

"Especialmente agora, sem entrar no mérito, que os senadores decidiram que deveria haver afastamento, mas não a inabilitação prevista literalmente pelo texto constitucional, o que vai acontecer é dizerem: 'Eles se arrependeram, etc'. Não pode tolerar essa espécie de afirmação. Quem tolerar, eu confesso que irei trocar uma ideia sobre isso", disse.

Após as determinações, ele voltou a dizer que os aliados não podem tomar atitudes que "desmereçam" a conduta do governo. "Eu estou dizendo muito claramente isso para dar desde já o exemplo de que não será tolerada essa espécie de conduta. Agora, se há gente que não quer que o governo dê certo, muito bem. Declare-se contra o governo", declarou.

"Não foi derrota do governo, mas o discurso que está sendo feito é nessa direção, exata e precisamente porque membros do governo resolveram sem nenhuma consulta tomar uma posição, que na verdade, se Deus quiser, não vai acontecer nada, mas há partidos que já dizem: 'Ah, então nós vamos sair do governo'. Ora, isto é fazer jogo contra o governo, não dá para fazer isso", disse ainda, sobre a votação em separado feita pelos senadores.

BRASIL 247

BOLÍVIA, VENEZUELA E EQUADOR CONVOCAM EMBAIXADORES APÓS O GOLPE
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Governo venezuelano, de Nicolás Maduro, anunciou que congelará suas relações com o Brasil sob a gestão de Michel Temer; Cuba, de Raúl Castro, também definiu o processo de impeachment de Dilma Rousseff como um "golpe de estado parlamentar e judicial", mas não convocou embaixador nem cortou relações; já Mauricio Macri, da Argentina, e os Estados Unidos reconheceram o golpe como legítimo e declararam seu apoio a Temer

O governo da Venezuela, de Nicolás Maduro, anunciou nesta quarta-feira 31 que congelará suas relações com o Brasil sob a gestão de Michel Temer.

Venezuela, Bolívia e Equador anunciaram que irão convocar seus embaixadores no Brasil após o afastamento de Dilma Rousseff pelo Senado nesta tarde.

"O governo da República Bolivariana da Venezuela, em resguardo da legalidade internacional e solidária com o povo do Brasil, decidiu retirar definitivamente seu embaixador da República Federativa do Brasil e congelar as relações políticas e diplomáticas com o governo surgido a partir deste golpe parlamentar", diz comunicado publicado no site do governo venezuelano.

"Destituíram Dilma. Uma apologia ao abuso e à traição. Retiraremos nosso representante da embaixada. Jamais reconheceremos estes...", publicou no Twitter o presidente do Equador, Rafael Correa. Evo Morales também postou mensagens no Twitter condenando o processo antes da votação final (veja aqui).

Cuba, governada por Raúl Castro, também definiu o processo de impeachment como um "golpe de estado parlamentar e judicial", mas não convocou embaixador nem cortou relações com o novo governo.

Já Mauricio Macri, da Argentina, reiterou seu apoio ao novo presidente peemedebista. Os Estados Unidos também reconheceram o processo como legítimo e declararam que fortes relações com o Brasil continuarão após o impeachment de Dilma.

O porta-voz John Kirby disse a jornalistas que as instituições democráticas do Brasil agiram dentro da estrutura constitucional do país.

Leia mais na reportagem da Reuters:

Governos esquerdistas da América Latina condenam afastamento de Dilma

Por Diego Oré

CARACAS (Reuters) - Governos esquerdistas da América Latina condenaram o afastamento de Dilma Rousseff da Presidência da República, nesta quarta-feira, e o classificaram como um golpe de Estado, mas a Venezuela foi além e suspendeu suas relações com o Brasil e retirou "definitivamente" seu embaixador do país.

As manifestações contrárias à decisão do Senado de declarar Dilma culpada de crime de responsabilidade por violar leis orçamentárias também vieram de Bolívia, Cuba, Equador e Nicarágua, países próximos à primeira mulher presidente do Brasil.

"O governo da Venezuela, em defesa da legalidade internacional e solidária com o povo do Brasil, decidiu retirar definitivamente seu embaixador na República Federativa do Brasil, e congelar as relações políticas e diplomáticas com o governo surgido desse golpe parlamentar", disse o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela em comunicado.

"Oligarquias políticas e empresariais recorreram a artimanhas antijurídicas sob o formato de crime sem responsabilidade para chegar ao poder pela única via que lhes é possível: a fraude e a imoralidade", acrescentou.

Durante o processo de impeachment que polarizou o país, Dilma negou veementemente as acusações e denunciou o processo como um golpe de Estado.

Por 61 votos a favor e 20 contra, o Senado pôs fim a 13 anos de governo do PT, e colocando Michel Temer no comando do país até o fim de 2018. [nL1N1BC1YC]

A voz contrária na região foi da Argentina, um dos principais parceiros comerciais do Brasil, que disse que "respeita o processo" de impeachment e "reafirma a sua vontade de continuar no caminho de uma integração real e efetiva".

Desde que Temer assumiu interinamente, em maio, a Venezuela afastou-se do Brasil, depois de um relacionamento forte na última década, quando governaram Hugo Chávez e Luiz Inácio Lula da Silva.

"GOLPE DE ESTADO"

Bolívia, Cuba, Equador e Nicarágua também condenaram o impeachment de Dilma, chamando-o de "golpe".

"O Governo da República de Cuba rejeita fortemente o golpe de Estado parlamentar-judicial que foi consumado contra a presidente Dilma Rousseff", disse o governo cubano em uma declaração oficial lida na televisão estatal.

O Brasil, aliado político próximo de Cuba, é também um dos seus principais parceiros comerciais na região e fonte de crédito da ilha caribenha.

O presidente da Bolívia, Evo Morales, convocou seu embaixador no Brasil e escreveu em sua conta no Twitter: "Condenamos o golpe parlamentar contra a democracia brasileira. Acompanhamos Dilma, Lula e seu povo neste momento difícil #FuerzaDilma".

O Equador, por sua vez, pediu consultas ao seu encarregado de negócios no Brasil e disse que os "acontecimentos lamentáveis representam um sério risco para a estabilidade da nossa região".

"Nunca corroboraremos com essas práticas, que nos lembram os momentos mais sombrios da nossa América. Toda a nossa solidariedade com a companheira Dilma, com Lula, e todo o povo brasileiro. Até a vitória sempre!", escreveu o presidente equatoriano, Rafael Correa, em sua conta no Twitter.

(Reportagem adicional de Nelson Acosta, em Havana, Alexandra Valencia em Quito, Daniel Ramos em La Paz e Ivan Castro em Manágua)

BRASIL 247

NA TV, TEMER DIZ QUE NÃO PODERÁ PAGAR APOSENTADORIA SEM REFORMA
Beto Barata/PR: <p>Brasília - DF, 31/08/2016. Presidente Michel Temer durante pronunciamento à nação. Foto: Beto Barata/PR</p>
Em pronunciamento em cadeia nacional nesta quarta-feira após ser efetivado no cargo de presidente da República, Michel Temer fez um discurso em que afirmou que "o momento é de esperança e de retomada de confiança no Brasil" e diz que "a incerteza chegou ao fim"; segundo o peemedebista, "sem reforma, em poucos anos o governo não terá como pagar os aposentados"

SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Michel Temer defendeu em pronunciamento em cadeia nacional nesta quarta-feira após ser efetivado no cargo a imposição de um limite para os gastos do governo e a realização das reformas da Previdência e da legislação trabalhista.

Temer, que tomou posse nesta quarta após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, disse que o momento atual do país é de retomada da confiança e garantiu que seu objetivo é entregar para seu sucessor um país pacificado e com crescimento econômico.

(Por Eduardo Simões)


Confira a íntegra da mensagem de Temer:

BOA NOITE A TODOS!

ASSUMO A PRESIDÊNCIA DO BRASIL, APÓS DECISÃO DEMOCRÁTICA E TRANSPARENTE DO CONGRESSO NACIONAL.
O MOMENTO É DE ESPERANÇA E DE RETOMADA DA CONFIANÇA NO BRASIL.

A INCERTEZA CHEGOU AO FIM.

É HORA DE UNIR O PAÍS E COLOCAR OS INTERESSES NACIONAIS ACIMA DOS INTERESSES DE GRUPOS. ESTA É A NOSSA BANDEIRA.

TENHO CONSCIÊNCIA DO TAMANHO E DO PESO DA RESPONSABILIDADE QUE CARREGO NOS OMBROS. E DIGO ISSO PORQUE RECEBEMOS O PAÍS MERGULHADO EM UMA GRAVE CRISE ECONOMICA:
SÃO QUASE 12 MILHÕES DE DESEMPREGADOS E MAIS DE 170 BILHÕES DE DÉFICIT NAS CONTAS PÚBLICAS.

MEU COMPROMISSO É O DE RESGATAR A FORÇA DA NOSSA ECONOMIA E RECOLOCAR O BRASIL NOS TRILHOS.
SOB ESSA CRENÇA, DESTACO OS ALICERCES DE NOSSO GOVERNO: EFICIÊNCIA ADMINISTRATIVA, RETOMADA DO CRESCIMENTO ECONÔMICO, GERAÇÃO DE EMPREGO, SEGURANÇA JURÍDICA, AMPLIAÇÃO DOS PROGRAMAS SOCIAIS E A PACIFICAÇÃO DO PAÍS.

O GOVERNO É COMO A SUA FAMÍLIA. SE ESTIVER ENDIVIDADA, PRECISA DIMINUIR DESPESAS PARA PAGAR AS DÍVIDAS. POR ISSO, UMA DE NOSSAS PRIMEIRAS PROVIDÊNCIAS FOI IMPOR LIMITE PARA OS GASTOS PÚBLICOS. ENCAMINHAMOS AO CONGRESSO UMA PROPOSTA DE EMENDA CONSTITUCIONAL COM TETO PARA AS DESPESAS PÚBLICAS. NOSSO LEMA É GASTAR APENAS O DINHEIRO QUE SE ARRECADA.

REDUZIMOS O NÚMERO DE MINISTÉRIOS. DEMOS FIM A MILHARES DE CARGOS DE CONFIANÇA. ESTAMOS DIMINUINDO OS GASTOS DO GOVERNO.

PARA GARANTIR O PAGAMENTO DAS APOSENTADORIAS, TEREMOS QUE REFORMAR A PREVIDÊNCIA SOCIAL. SEM REFORMA, EM POUCOS ANOS O GOVERNO NÃO TERÁ COMO PAGAR AOS APOSENTADOS.
NOSSO OBJETIVO É GARANTIR UM SISTEMA DE APOSENTADORIAS PAGAS EM DIA, SEM CALOTES E SEM TRUQUES. UM SISTEMA QUE PROTEJA OS IDOSOS, SEM PUNIR OS MAIS JOVENS.

O CAMINHO QUE TEMOS PELA FRENTE É DESAFIADOR. CONFORTA NOS SABER QUE O PIOR JÁ PASSOU. INDICADORES DA ECONOMIA SINALIZAM O RESGATE DA CONFIANÇA NO PAÍS.

NOSSA MISSÃO É MOSTRAR A EMPRESÁRIOS E INVESTIDORES DE TODO O MUNDO NOSSA DISPOSIÇÃO PARA PROPORCIONAR BONS NEGÓCIOS QUE VÃO TRAZER EMPREGOS AO BRASIL. TEMOS QUE GARANTIR AOS INVESTIDORES ESTABILIDADE POLITICA E E SEGURANCA JURÍDICA.

TEMOS QUE MODERNIZAR A LEGISLAÇÃO TRABALHISTA, PARA GARANTIR OS ATUAIS E GERAR NOVOS EMPREGOS.
O ESTADO BRASILEIRO PRECISA SER ÁGIL. PRECISA APOIAR O TRABALHADOR, O EMPREENDEDOR E O PRODUTOR RURAL. TEMOS DE ADOTAR MEDIDAS QUE MELHOREM A QUALIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS E AGILIZEM SUA ESTRUTURA.

JÁ AMPLIAMOS OS PROGRAMAS SOCIAIS. AUMENTAMOS O VALOR DO BOLSA FAMÍLIA. O MINHA CASA MINHA VIDA FOI REVITALIZADO. AINDA NA ÁREA DE HABITAÇÃO, DOBRAMOS O VALOR DO FINANCIAMENTO PARA A CLASSE MÉDIA.

DECIDIMOS CONCLUIR MAIS DE MIL E QUINHENTAS OBRAS FEDERAIS QUE ENCONTRAMOS INACABADAS.

O BRASIL É UM PAÍS EXTRAORDINÁRIO. POSSUÍMOS RECURSOS NATURAIS EM ABUNDÂNCIA.
UM AGRONEGÓCIO EXUBERANTE QUE NÃO CONHECE CRISES. TRABALHAMOS MUITO. SOMOS PESSOAS DISPOSTAS A ACORDAR CEDO E DORMIR TARDE EM BUSCA DE NOSSO SONHO. TEMOS ESPÍRITO EMPREENDEDOR, DOS MICROS EMPRESÁRIOS AOS GRANDES INDUSTRIAIS.

AGORA MESMO, DEMOS AO MUNDO UMA DEMONSTRAÇÃO DE NOSSA CAPACIDADE DE FAZER BEM FEITO.. OS JOGOS OLÍMPICOS RESGATARAM NOSSA
AUTOESTIMA DIANTE DO MUNDO. BILHÕES DE PESSOAS, AO REDOR DO PLANETA, TESTEMUNHARAM E APLAUDIRAM NOSSA ORGANIZAÇÃO E ENTUSIASMO COM OQUE O BRASIL PROMOVEU O MAIOR E MAIS IMPORTANTE EVENTO ESPORTIVO DA TERRA.
E TEREMOS DAQUI A POUCO AS PARALIMPÍADAS QUE CERTAMENTE TERÃO O MESMO SUCESSO.

PRESENTE E FUTURO NOS DESAFIAM. NAO PODEMOS OLHAR PARA FRENTE, COM OS OLHOS DO PASSADO.

MEU ÚNICO INTERESSE, E QUE ENCARO COMO QUESTÃO DE HONRA, É ENTREGAR AO MEU SUCESSOR UM PAÍS RECONCILIADO, PACIFICADO E EM RITMO DE CRESCIMENTO. UM PAÍS QUE DÁ ORGULHO AOS SEUS CIDADÃOS.

REITERO MEU COMPROMISSO DE DIALOGAR DEMOCRATICAMENTE COM TODOS OS SETORES DA SOCIEDADE BRASILEIRA. RESPEITAREI TAMBÉM A INDEPENDÊNCIA ENTRE OS PODERES EXECUTIVO, LEGISLATIVO E JUDICIÁRIO.
DESPEÇO-ME LEMBRANDO QUE ORDEM E PROGRESSO SEMPRE CAMINHAM JUNTOS. E COM A CERTEZA DE QUE JUNTOS, VAMOS FAZER UM BRASIL MUITO MELHOR. PODEM ACREDITAR:
QUANDO O BRASIL QUER, O BRASIL MUDA.

OBRIGADO, BOA NOITE A TODOS, E QUE DEUS NOS ABENÇOE NESSA NOSSA CAMINHADA.
ASSUMO A PRESIDÊNCIA DO BRASIL, APÓS DECISÃO DEMOCRÁTICA E TRANSPARENTE DO CONGRESSO NACIONAL.
O MOMENTO É DE ESPERANÇA E DE RETOMADA DA CONFIANÇA NO BRASIL.

A INCERTEZA CHEGOU AO FIM.

É HORA DE UNIR O PAÍS E COLOCAR OS INTERESSES NACIONAIS ACIMA DOS INTERESSES DE GRUPOS. ESTA É A NOSSA BANDEIRA.

TENHO CONSCIÊNCIA DO TAMANHO E DO PESO DA RESPONSABILIDADE QUE CARREGO NOS OMBROS. E DIGO ISSO PORQUE RECEBEMOS O PAÍS MERGULHADO EM UMA GRAVE CRISE ECONOMICA:
SÃO QUASE 12 MILHÕES DE DESEMPREGADOS E MAIS DE 170 BILHÕES DE DÉFICIT NAS CONTAS PÚBLICAS.

MEU COMPROMISSO É O DE RESGATAR A FORÇA DA NOSSA ECONOMIA E RECOLOCAR O BRASIL NOS TRILHOS.
SOB ESSA CRENÇA, DESTACO OS ALICERCES DE NOSSO GOVERNO: EFICIÊNCIA ADMINISTRATIVA, RETOMADA DO CRESCIMENTO ECONÔMICO, GERAÇÃO DE EMPREGO, SEGURANÇA JURÍDICA, AMPLIAÇÃO DOS PROGRAMAS SOCIAIS E A PACIFICAÇÃO DO PAÍS.

O GOVERNO É COMO A SUA FAMÍLIA. SE ESTIVER ENDIVIDADA, PRECISA DIMINUIR DESPESAS PARA PAGAR AS DÍVIDAS. POR ISSO, UMA DE NOSSAS PRIMEIRAS PROVIDÊNCIAS FOI IMPOR LIMITE PARA OS GASTOS PÚBLICOS. ENCAMINHAMOS AO CONGRESSO UMA PROPOSTA DE EMENDA CONSTITUCIONAL COM TETO PARA AS DESPESAS PÚBLICAS. NOSSO LEMA É GASTAR APENAS O DINHEIRO QUE SE ARRECADA.

REDUZIMOS O NÚMERO DE MINISTÉRIOS. DEMOS FIM A MILHARES DE CARGOS DE CONFIANÇA. ESTAMOS DIMINUINDO OS GASTOS DO GOVERNO.

PARA GARANTIR O PAGAMENTO DAS APOSENTADORIAS, TEREMOS QUE REFORMAR A PREVIDÊNCIA SOCIAL. SEM REFORMA, EM POUCOS ANOS O GOVERNO NÃO TERÁ COMO PAGAR AOS APOSENTADOS.
NOSSO OBJETIVO É GARANTIR UM SISTEMA DE APOSENTADORIAS PAGAS EM DIA, SEM CALOTES E SEM TRUQUES. UM SISTEMA QUE PROTEJA OS IDOSOS, SEM PUNIR OS MAIS JOVENS.

O CAMINHO QUE TEMOS PELA FRENTE É DESAFIADOR. CONFORTA NOS SABER QUE O PIOR JÁ PASSOU. INDICADORES DA ECONOMIA SINALIZAM O RESGATE DA CONFIANÇA NO PAÍS.

NOSSA MISSÃO É MOSTRAR A EMPRESÁRIOS E INVESTIDORES DE TODO O MUNDO NOSSA DISPOSIÇÃO PARA PROPORCIONAR BONS NEGÓCIOS QUE VÃO TRAZER EMPREGOS AO BRASIL. TEMOS QUE GARANTIR AOS INVESTIDORES ESTABILIDADE POLITICA E E SEGURANCA JURÍDICA.

TEMOS QUE MODERNIZAR A LEGISLAÇÃO TRABALHISTA, PARA GARANTIR OS ATUAIS E GERAR NOVOS EMPREGOS.
O ESTADO BRASILEIRO PRECISA SER ÁGIL. PRECISA APOIAR O TRABALHADOR, O EMPREENDEDOR E O PRODUTOR RURAL. TEMOS DE ADOTAR MEDIDAS QUE MELHOREM A QUALIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS E AGILIZEM SUA ESTRUTURA.

JÁ AMPLIAMOS OS PROGRAMAS SOCIAIS. AUMENTAMOS O VALOR DO BOLSA FAMÍLIA. O MINHA CASA MINHA VIDA FOI REVITALIZADO. AINDA NA ÁREA DE HABITAÇÃO, DOBRAMOS O VALOR DO FINANCIAMENTO PARA A CLASSE MÉDIA.

DECIDIMOS CONCLUIR MAIS DE MIL E QUINHENTAS OBRAS FEDERAIS QUE ENCONTRAMOS INACABADAS.

O BRASIL É UM PAÍS EXTRAORDINÁRIO. POSSUÍMOS RECURSOS NATURAIS EM ABUNDÂNCIA.
UM AGRONEGÓCIO EXUBERANTE QUE NÃO CONHECE CRISES. TRABALHAMOS MUITO. SOMOS PESSOAS DISPOSTAS A ACORDAR CEDO E DORMIR TARDE EM BUSCA DE NOSSO SONHO. TEMOS ESPÍRITO EMPREENDEDOR, DOS MICROS EMPRESÁRIOS AOS GRANDES INDUSTRIAIS.

AGORA MESMO, DEMOS AO MUNDO UMA DEMONSTRAÇÃO DE NOSSA CAPACIDADE DE FAZER BEM FEITO.. OS JOGOS OLÍMPICOS RESGATARAM NOSSA
AUTOESTIMA DIANTE DO MUNDO. BILHÕES DE PESSOAS, AO REDOR DO PLANETA, TESTEMUNHARAM E APLAUDIRAM NOSSA ORGANIZAÇÃO E ENTUSIASMO COM OQUE O BRASIL PROMOVEU O MAIOR E MAIS IMPORTANTE EVENTO ESPORTIVO DA TERRA.
E TEREMOS DAQUI A POUCO AS PARALIMPÍADAS QUE CERTAMENTE TERÃO O MESMO SUCESSO.

PRESENTE E FUTURO NOS DESAFIAM. NAO PODEMOS OLHAR PARA FRENTE, COM OS OLHOS DO PASSADO.

MEU ÚNICO INTERESSE, E QUE ENCARO COMO QUESTÃO DE HONRA, É ENTREGAR AO MEU SUCESSOR UM PAÍS RECONCILIADO, PACIFICADO E EM RITMO DE CRESCIMENTO. UM PAÍS QUE DÁ ORGULHO AOS SEUS CIDADÃOS.

REITERO PORTANTO MEU COMPROMISSO DE DIALOGAR DEMOCRATICAMENTE COM TODOS OS SETORES DA SOCIEDADE BRASILEIRA. RESPEITAREI TAMBÉM A INDEPENDÊNCIA ENTRE OS PODERES EXECUTIVO, LEGISLATIVO E JUDICIÁRIO.
DESPEÇO-ME LEMBRANDO QUE ORDEM E PROGRESSO SEMPRE CAMINHAM JUNTOS. E COM A CERTEZA DE QUE JUNTOS, VAMOS FAZER UM BRASIL MUITO MELHOR. PODEM ACREDITAR:
QUANDO O BRASIL QUER, O BRASIL MUDA.

OBRIGADO, BOA NOITE A TODOS, E QUE DEUS NOS ABENÇOE NESSA NOSSA CAMINHADA.

BRASIL 247

PROTESTO CONTRA TEMER TOMA AVENIDA PAULISTA APÓS O GOLPE
:
Várias outras cidades são palco de manifestações contrárias ao afastamento do impeachment, como Rio de Janeiro, Florianópolis e Porto Alegre; "Não esperem de nós o silêncio dos covardes", diz um cartaz, lembrando frase de Dilma Rousseff; "61 votos x 54 milhões", aponta outro; na Avenida Paulista, um grupo de manifestantes também comemora o afastamento de Dilma

Bruno Bocchini - Repórter da Agência Brasil

Movimentos sociais, estudantis e coletivos feministas fazem uma manifestação em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp) protestando contra o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff e pedindo a saída do presidente da República, Michel Temer. O protesto, convocado pela internet pelo coletivo Democracia Corintiana, ocupava às 19h30 todas as oito faixas da Avenida Paulista em frente ao museu.

Por volta das 18h30, manifestantes de outro protesto que ocorria na Praça do Ciclista, também na Avenida Paulista, convocada pelo grupo Levante Popular, juntaram-se à que ocorria no Masp.

"Senti-me golpeado hoje com o resultado do impeachment. Mesmo a gente manifestando por todos esses meses, a inconstitucionalidade do impeachment, todas as nulidades, a gente viu senador dizendo que não havia crime, mas o afastamento era necessário por falta de governabilidade. Isso é uma vergonha, um golpe", disse Rodrigo Bittar, estudante de direito.

Incoerência

"Para o futuro do país, espero as piores coisas possíveis. Um governo empossado sem voto poderá colocar em pauta todas as medidas impopulares que jamais seriam aprovadas nas urnas", acrescentou.

Entre os manifestantes há membros de grupos como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), da União Nacional dos Estudantes (UNE), União Estadual dos Estudantes (UEE) e União da Juventude Socialista (UJS). "Fora Temer", "golpistas, fascistas, não passarão" são as palavras de ordem mais entoadas pelos manifestantes.

"Foi uma incoerência tirar Dilma da Presidência, mas não cassar os direitos políticos. Isso mostra que eles queriam mesmo é o lugar dela, mas não tiveram coragem de puni-la. A comemoração do impeachment está pequena. Isso mostra que a população não aprova Dilma, mas também não vê saída com o Michel Temer", afirmou Diogo Leito pós-granduando da Universidade de São Paulo (USP).

Inimigo comum

Para o estudante Breno Oliveira, os movimentos sociais brasileiros agora têm um inimigo comum, o que deverá facilitar a mobilização de pessoas contra o novo governo.

"Cresci ouvindo histórias sobre o golpe de 1964. Tenho certeza que não vamos entregar facilmente essa disputa. Os movimentos sociais têm agora um inimigo comum, o governo golpista, e isso vai se refletir em manifestações conjuntas", concluiu.

BRASIL 247

7 comentários:

  1. Tomare que Temer faça algo bom pelo Brasil.

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  2. Difícil o PMDB fazer algo bom para o Brasil. Uma pena. A democracia sangra.

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  3. Fazer algo bom para o brasil ! Nao se iluda amigo. Ela ja esta destruindo a economia...a inflacao deste ultimo mes ja deve chegar na ca dos 12...

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  4. Fazer algo bom para o brasil ! Nao se iluda amigo. ElE ja esta destruindo a economia...a inflacao deste ultimo mes ja deve chegar na ca dos 12...

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  5. agora sim o Brasil afunda de vez...Parceiros econômicos nossos já estão em debandada,inflação,cortes nas verbas para a areá social,fim da aposentadoria,projetos que incentivam o roubo por parte dos políticos,fim dos programas da nossas forças armadas,resseção infinita...enfim esperem o pior,se tava ruim antes,agora vai piorar com o novo governo golpista neo Liberal.

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    1. Que parceiros econômicos estão em debandada?

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  6. Rússia e china.Rússia já está importando carne bovina do Cazaquistão além de praticamente estar auto-suficiente,pois depois das sansões eles investiram muito em sua pecuária e agricultura além de outras áreas que foram deixadas de lado nesses últimos anos.China já olha para a Africa como fornecedora de suas matérias primas além da própria Rússia;além disso eles estão comprando mais petróleo do irã e da Rússia em sua própria moeda.

    Não é a toa que o governo golpista ficou preocupado quando a Rússia disse que estaria se voltando para a união Eurasiática ao invés dos Brics.

    Nações de governo progressista da América do sul também estão se distanciando do Brasil e se voltando para a china e Rússia como o Uruguai,Nicarágua,Bolívia,Venezuela e Equador.

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