O Yak-141 é mesmo o “pai” do F-35B? - Noticia Final

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sexta-feira, 12 de maio de 2017

O Yak-141 é mesmo o “pai” do F-35B?

Os desenvolvedores do norte-americano F-35B podem ter adotado características do avião soviético, mas o caça da Lockheed Martin continua sendo um modelo único.

Projeto do F-35B foi baseado em modelo soviético, mas apresenta melhorias Foto:Lockheed Martin

Quando se trata de aeronaves militares de pouso e decolagem vertical, cujos primeiros modelos foram desenvolvidos na década de 1960, poucos caças guardam semelhanças com o soviético Yak-141 e o norte-americano F-35B americano.

O F-35B foi, porém, inaugurado quase 12 anos após o Yak-141, levando suspeitas de possíveis influências. Mas seria mesmo o caça americano, desenvolvido na década de 1990, uma cópia de seu predecessor soviético?
O conceito ‘vertical’
Com capacidade de decolar de plataformas pequenas e se elevar no ar, esse tipo de caça se tornou um novo marco no desenvolvimento da aviação militar.
Os modelos mais bem sucedidos (que praticamente não apresentaram falhas) ainda são o British Aerospace Sea Harrier, o Yak-141 e o F-35B.
O Yak-141 foi desenvolvido na União Soviética durante os anos 1970. Por não dispor de grandes porta-aviões como os Estados Unidos, a URSS procurou criar um jato que pudesse decolar de pequenas plataformas, como helipontos e dos cruzeiros antissubmarinos Moskva e Leningrado.
Yak-141 durante show aéreo de Farnborough em 1992  (Foto: Ken Videan/wikipedia.org)Yak-141 durante show aéreo de Farnborough em 1992 (Foto: Ken Videan/wikipedia.org)
O Yak-141 ultrapassou seus predecessores nacionais (Yak-36 e Yak-38) e pares estrangeiros (Harrier, Dassault Mirage IIIV) para se tornar o melhor avião de pouso e decolagem vertical. Mas o destino não se cumpriu.
O alto índice de acidentes, o colapso do regime soviético e o subsequente abandono do financiamento resultaram no encerramento do projeto. Ainda que tivesse quatro protótipos, o caça soviético nunca entrou em produção em série.
Em 1995, o fabricante de armas dos EUA Lockheed Martin ofereceu uma parceria ao russo Yakovlev Design Bureau (desenvolvedor do Yak-141). O acordo durou apenas um ano, mas foi o primeiro exemplo de cooperação técnico-militar entre os ex-rivais.
A Lockheed Martin adquiriu toda a documentação técnica do Yak-141. Pouco depois, um protótipo de caça baseado em portadores, que viria a ser conhecido como F-35B, foi apresentado nos EUA – e sua semelhança com o Yak-141 era surpreendente.
Semelhanças vs. diferenças
O design e o layout do Yak-141 e do F-35B são quase idênticos, inclusive a localização do compartimento com a ventoinha. 
Yak-141 em ação no show aéreo de Farnborough em 1992 (Vídeo: YouTube/PlanesTV)
Mas a decolagem vertical do F-35 é significativamente diferente da do avião russo.
O Yak-141 realizava uma decolagem vertical porque tinha três motores a jato: um R79V-300 com bocal móvel e dois de elevação RD-41 instalados no compartimento atrás da cabine do piloto. Enquanto isso, os projetistas do F-35B implementaram um esquema simples e eficaz usando uma ventoinha ligada a um motor alternativo.
A cooperação técnico-militar entre Lockheed Martin e Yakovlev na década de 1990 desempenhou, de fato, um papel importante na criação do F-35B, sugerem os especialistas. No entanto, chamá-lo de cópia Yak-141 é um exagero; o F-35B é um modelo único.
Futuro do modelo
Para tornar esse tipo de caça peça-chave das Forças Aeroespaciais Russas seria necessário introduzir tecnologias mais avançadas.
Os aviões do tipo Yak-141 possuem grandes vantagens, como a possibilidade de decolar e pousar em uma área pequena, que não excede as dimensões do avião, e a capacidade de se equilibrar no ar e, em seguida, virar e voar lateralmente.
Contudo, os fatores negativos excedem as características positivas. Em primeiro lugar, a operação desse tipo de aeronave requer pilotos altamente qualificados.
F-35B decola e pousa no convés de navio USS America (Vídeo: YouTube/AiirSource Military)
Segundo o especialista militar Dmítri Litóvkin, o principal inconveniente no uso de tais aviões é o fato de que a decolagem e o pouso verticais são pouco gerenciáveis.
“No passado, rajadas de vento levaram a um grande número de incidentes na Marinha soviética”, disse o especialista à Gazeta Russa.
Além disso, esse tipo de caça tem menor capacidade e alcance de voo do que outros aviões de combate, e as decolagens verticais consomem uma grande quantidade de combustível, o que encarece seu uso.
O projeto dessas aeronaves também é caro e complexo. O valor de um F-35B, atualmente em uso pela Marinha dos EUA, chega a US$ 122 milhões, superando outras modificações do caça, como F-35A (US$ 94,6 mi) e F-35C (US$ 121 mi).
A ideia do governo norte-americano é, futuramente, substituir os caças de pouso e decolagem vertical por convertiplanos, como o Bell V-22 Osprey.
“Na Rússia não existem planos imediatos para desenvolver aviões militares de decolagem e pouso vertical”, adiantou Litóvkin. Segundo ele, os modelos Su-33 e MiG-29K já são capazes de decolar em curta distância, o que lhes permite operar a partir de pequenos aeródromos ou conveses curtos de porta-aviões.
“E os EUA não têm nenhuma aeronave com tais capacidades”, acrescentou o especialista. “Além do mais, o helicóptero russo Mi-26 pode executar todas as tarefas do convertiplano Bell V-22 Osprey.”







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