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sábado, 5 de agosto de 2017

Trump assina sanções contra a Rússia (mas cospe nelas), por MK Bhadrakumar

MK Bhadrakumar, Indian Punchline

Traduzido pelo coletivo da vila vudu

A história da Rússia chutada de um lado para outro como bola de futebol político é longa nos EUA. As circunstâncias que levaram à mais recente lei de sanções contra a Rússia aprovada pelo Congresso dos EUA são muito parecidas às que levaram à chamada Emenda Jackson-Vanik [J-VA] de 1974, que inseriu obstáculos na política de détente com a União Soviética iniciada pelo presidente Richard Nixon e seu secretário de Estado Henry Kissinger no final dos anos 1960s.
A emenda J-VA especificamente impediu Nixon de garantir status de "Nação Especialmente Favorecida" [ing. Most Favoured Nation, MFN] à União Soviética e às economias 'não de mercado' do bloco soviético. Naquele momento, como hoje, a Rússia era tema envenenado, por conta de ter-se recusado a liberalizar sua política de emigração, de modo a permitir que judeus soviéticos saíssem de lá para países ocidentais. O senador Henry Jackson que comandou a aprovação da emenda J-VA até fazia o papel que hoje cabe ao senador John McCain – com sua russofobia visceral.

A política doméstica inevitavelmente foi misturada no mesmo cadinho, porque o apoio do lobby judeu era chave para a realização das ambições que Jackson cultivava em segredo, de chegar à presidência. Assim, as ambições políticas de Jackson combinaram-se com sua antipatia ideológica contra a União Soviética.

A Emenda J-VA foi aprovada com apoio de mais de ¾ dos congressistas norte-americanos, maioria que tornou sem sentido o veto presidencial. O presidente Trump enfrenta idêntica dificuldade. Sua declaração da 4ª-feira, depois de assinar e converter em lei as sanções contra a Rússia, fala por si. Nixon também se viu em situação de idêntico desamparo, porque também já fora gravemente ferido pelo escândalo de Watergate. Trump também está contra-atacando seus detratores, que o chamam de fantoche da Rússia, e ainda comanda o jogo.

Mas a principal diferença hoje é a ausência de Henry Kissinger, Eminência Parda par excellence. Kissinger encontrou meio engenhoso para contornar os obstáculos da estrada – mediante 'conversações trilaterais', envolvendo o Congresso (leia-se senador Jackson), Moscou e o Executivo (leia-se Kissinger em pessoa)! (O lado soviético foi representado pelo formidável embaixador russo Anatoly Dobrynin, um dos mais atilados operadores que o Kremlin algum dia mandou para a Av. Beltway de Washington, onde serviu como embaixador de 1962 a 1986.)

Claro, o papel de maestro principal ficou com Kissinger, que defendeu ciumentamente sua prerrogativa de fazer toda a sintonia fina das 'conversações trilaterais' – essencialmente, de levar adiante o processo de détente. HK tinha também a vantagem de ter um 'canal paralelo' já antigo de diálogo com Dobrynin. Claro, HK assumia cada vez mais completamente o lugar do piloto, enquanto Nixon afogava-se no escândalo de Watergate. (Nixon renunciou em 1974.)

Os tempos mudaram, sim. Não é possível comparar Rex Tillerson e Henry Kissinger. O que Tillerson disse sobre as sanções contra a Rússia, na conferência com a imprensa no Departamento de Estado na 3ª-feira mostra o homem como o homem é – ingênuo, sincero, decente, típico sujeito que não suja as mãos:


·  Vou-me reunir frente à frente com o ministro Lavrov de Relações Exteriores nesse fim-de-semana em – à margem das reuniões em Manila. Nós – ele e eu já nos falamos. Eu diria que nossa conversa depois das ações foi profissional. Sem – não houve beligerância. Acho que o ministro Lavrov e eu compreendemos nossos papéis. Compreendemos nossas responsabilidades. E acho que ele está tão comprometido quanto eu com tentar encontrar meios para conseguirmos trazer esse relacionamento de volta para mais perto um lado do outro.

·  Agora, quanto à ação do Congresso de converter em lei essas sanções, e o modo como o Congresso fez isso, nem o presidente nem eu estamos muito satisfeitos com o que houve. Dissemos muito claramente que não entendemos que esse encaminhamento não contribuiria para o sucesso de nossos esforços de entendimento. Mas o Congresso decidiu. O Congresso decidiu de modo avassalador. Acho que o presidente aceita a decisão e tudo indica que, sim, que ele assinará aquela, aquela lei. Depois vamos trabalhar com o que temos, é o que acho, que trabalharemos com a nova lei. Foi o que conseguimos. Não podemos permitir que nos afaste do esforço para tentar restaurar nosso relacionamento.

Seja como for, os laços com a Rússia tornaram-se modelo de luta titânica pelo poder nos EUA, de um modo absolutamente sem precedentes. A combinação de Congresso dos EUA, comunidade de defesa e inteligência e mídia-empresa dominante não é bloco fácil de superar, mesmo para Trump.

Mas é quando, para surpresa de todos e sem que nem a Rússia esperasse, surge e aproxima-se da arena um cavaleiro em armadura prateada e montado num cavalo branco – a União Europeia. A União Europeia já sinalizou que terá poder de veto sobre a lei das sanções que os EUA aprovaram. 

Um press release distribuído pela Comissão Europeia em Bruxelas na 4ª-feira diz que que "interesses europeus" têm de ser tomados em consideração na implementação de quaisquer sanções que os EUA tentem impor contra a Rússia. O xis da questão é que a Alemanha de modo algum permitirá que os EUA interfiram nos florescentes laços comerciais criados com a Rússia, especialmente no campo da energia. Moscou adorou.


Contudo, o que realmente importa, no frigir dos ovos, é o próprio comportamento de Trump no processo que se aproxima. Foi atingido no seu orgulho e é egoísta egocêntrico. Mas Trump também é homem de luta. Na declaração que fez na 4ª-feira (depois de assinar a lei) há sinais de fúria quase incontrolável. E há apenas uma hora, Trump manifestou-se por Twitter:

Our relationship with Russia is at an all-time & very dangerous low. You can thank Congress, the same people that can't even give us HCare!

blogdoalok

Um comentário:

  1. São tudo golpes baixos, desinformação e oposições controladas. Eles estão tentando deflagrar a terceira guerra, mas estão encontrando dificuldades de origem adversa, que sempre aparecem advindo de uma complexidade a qual não podem lidar, porque esse pretenso o conflito tanto desejado por esses banqueiros judeus, já deveria ter acontecido há mais de 50 anos.

    Não haverá mais um conflito mundial. E não entro no mérito/contexto espiritual da situação. No plano perpetrado há quase 150 anos, surgiram dilemas. É bastante irônico, pois, embora as nações estejam sob seu comando financeiro, político, e até militar, certas ações, vitais, fogem ao seu controle.

    Seu progresso, até aqui, provém da colaboração seduzida a corruptos, traidores, indivíduos sem visão e amor próprio, degenerados, em todas sociedades, cujas ambições são satisfeitas com seu dinheiro sujo e falso, e suas promessas de um lugar de destaque nesse promissor 'novo mundo'. São tolos, não sabem de fato o que há por trás de tudo isso. A conta não está no presente, em suas atuais sabotagens, é futura, é auto-vitimista.

    Entretanto, tanta necessidade alienação do povo, mostra que o ponto vulnerável é uma deserção em massa. Essa grande tropa de 'falsos profetas' tende a se fragmentar com o tempo.

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