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terça-feira, 12 de novembro de 2013

Lula trabalha com um olho em São Paulo em 2014 e outro no Planalto, em 2018

Luiz Inácio Lula da Silva vai colocar mais uma vez seu capital político à prova. Dono de uma aprovação popular sem procedentes entre ex-presidentes, ele anunciou que já trabalha à todo o vapor pela reeleição de Dilma Rousseff e, numa tarefa que soa um pouco mais complexa, transformar o atual ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em governador do principal colégio eleitoral e mola propulsora do sistema financeiro brasileiro, o estado de São Paulo.

“Eu diria que a eleição mais importante de todas, depois da presidente Dilma, é a de São Paulo”, confessou Lula à jornalistas neste domingo, 10, ao votar no Processo de Eleições Diretas (PED) do Partido dos Trabalhadores (PT), na cidade de São Bernardo do Campo.

Na ocasião, Lula apareceu devidamente acompanhado por seu afiliado da vez, Alexandre Padilha, repetindo uma prática que o brasileiro já parece ter se habituado: a aposta em nomes técnicos do governo para ocupar posições estratégicas do tabuleiro político nacional. Um jogo que revela o apetite do ex-presidente pela manutenção do poder. Tarefa que, a despeito de um ou outro revés, lhe tem rendido algumas vitórias importantes.

A maior delas, justamente a ascensão de Dilma Rousseff, que foi elevada da mais profunda tecnocracia ao posto de presidente da república em muito pouco tempo. Trajetória idêntica à de Fernando Haddad, antigo professor universitário, ex-ministro da Educação sem nenhum carisma, e que pelas mãos de Lula logrou êxito nas últimas eleições municipais na cidade de São Paulo.

O objetivo de Lula é explícito: ter alternativas para a eleição presidencial de 2018. Ele corre para lançar nomes frescos para a política, perfis que fogem da lista tradicional, das figurinhas carimbadas da política brasileira.

Em 2014, suas apostas, além de Padilha, contemplam Gleisi Hoffmann, ministra da Casa Civil de Dilma, e Lindberg Farias, senador pelo Rio de Janeiro. Eles deverão disputar, respectivamente, os governos do Paraná e do Rio de Janeiro.

Contudo, é em Brasília e em São Paulo que o leitor deve, neste momento centrar suas atenções. São nesses dois locais que a missão de Lula parece, agora, um pouco mais delicada.

Além de submeter sua credibilidade à prova pela primeira vez após o término do julgamento do mensalão (que, na verdade, ainda não terminou), no campo federal, o ex-presidente e Dilma terão pela frente um fato novo, representado pela estreia de uma força emergente que promete se intrometer na polarização entre o PT e os sociais-democratas do PSDB, partido de Fernando Henrique Cardoso, antecessor de Lula no Planalto.

O PSDB era, até algumas semanas, a única agremiação de oposição devidamente aparelhado para a concorrência pela presidência da república. Entretanto, após a união firmada entre Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, e o governador do estado de Pernambuco, Eduardo Campos, do socialista PSB, o cenário para o próximo pleito fica imprevisível. Embora respaldada por uma aprovação de 39% dos eleitores, segundo levantamento recente encomendado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), poucos analistas arriscam palpites seguros sobre o que pode acontecer com Dilma no ano que vem.

Acrescente-se ao caso a escalada do mal estar da classe média, sobretudo no que tange aos rumos da política econômica do PT - as manifestações encampadas a partir de junho são efeitos colaterais disso. Destacando, como bonus track, a expectativa do mercado por esclarecimentos da oposição com relação aos rumos alternativos propostos. É desse tempero que deve sair o caldo base do cenário político federal no ano que vem.

Lula, evidentemente, sabe disso. Como todo político, ele esbanja confiança em suas aparições públicas. Para os céticos, costuma invocar o histórico recente de sucessos, creditando ao passado suas esperanças, inclusive no antigo sonho que consiste em conquistar pela primeira vez a gestão de São Paulo, há cinco mandatos consecutivos nas mãos do PSDB.

"Precisamos eleger o Padilha para ele ajudar a Dilma", já disse Lula, assim como há um ano ele repetiu o discurso com Haddad. Padilha é uma aposta arriscada de Lula. Geraldo Alckmin segue favorito à reeleição de São Paulo. No entanto, o ex-presidente avalia que Padilha demonstrou com o Mais Médicos, programa que "importa" médicos para suprir a carência de braços na rede pública (tratamos do assunto aqui) potencial para surpreender.

Se vingarem as apostas, Lula acha que o PT terá um amplo sortimento de nomes para lançar a sucessão de Dilma, caso a presidente se reeleja. Uma candidatura ao Palácio do Planalto em 2018 que é tida, pelo próprio Lula, como um sonho bastante improvável de se realizar.

Voz da Rússia

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