Hoje, 12 de novembro, é o último dia da viagem do secretário de Estado norte-americano John Kerry ao Oriente Médio. Agora ele está em Qatar e tenta convencer Abu Dhabi, Riad e Tel Aviv aceitar o acordo dos seis mediadores da ONU sobre o "dossiê nuclear" de Teerã. Rodos os participantes das conversações entendem que sem vontade política é impossível o progresso. E as consequências do rompimento dos entendimentos já alcançado em Genebra serão catastróficas para toda a região.
Segundo informou um representante do Departamento de Estado norte-americano, John Kerry está em contato permanente com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. O último por enquanto recusa-se categoricamente a aceitar qualquer forma de entendimentos com exceção do fim total e imediato do programa nuclear e destruição de todas as obras atômicas do Irã.
John Kerry declarou em Abu Dhabi que o acordo com o Irã será alcançado nos "próximos meses". Não está claro de onde Kerry tirou tal otimismo. No sábado, 9 de novembro, a França bloqueou os entendimentos alcançados sobre solução por etapas da crise em torno do programa atômico iraniano. Este passo de Paris desanimou os seis mediadores da ONU (membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha). Consideram que ele foi dado sob pressão de Israel e da Arábia Saudita. Ambos os países não querem a normalização das relações entre Teerã e Washington.
Ou John Kerry sabe algo, que ninguém sabe por enquanto, ou simplesmente ele não tempo mais tempo nem forças para pessimismo. Seu nível baixou quase a previsões apocalípticas: desde ataques preventivos de Israel ao Teerã, até à derrubada do presidente moderado do Irã, Rohani, criação da bomba nuclear iraniana e uma grande guerra na região num futuro próximo.
Entre os especialistas russos as opiniões diferem. As previsões mais sombrias são expressas pelo presidente do Instituto do Oriente Médio, Evgueni Satanovsky. Ele supõe que a falta de acordo acabará com todo o regime de controle sobre as armas nucleares.
Os receios não deixam de ter fundamentos. A Arábia Saudita já desenvolve seu programa atômico próprio, que prevê a criação de 16 reatores até 2030. A imprensa do Ocidente nos últimos dez anos escreve que o Paquistão, que já tem sua própria bomba, está disposto a ajudar os sauditas com tecnologia de produção de cargas nucleares, em troca de petróleo barato.
Por enquanto, o presidente Hassan Rohani tem crédito de confiança - disse em entrevista exclusiva à Voz da Rússia o diretor do Centro de Pesquisas Sócio-Políticas do Instituto da Economia Mundial e Relações Internacionais, Vladimir Evseev. Mas ele desaparecerá se Rohani não conseguir entender-se com o Ocidente.
"Pelos vistos, este crédito de confiança durará cerca de um ano. Se neste período ele não conseguir melhorar as relações com o Ocidente, resolver o problema das sanções econômicas, não apenas os conservadores, do tipo do ex-presidente Ahmadinejad, mas também os chamados moderados ou reformadores podem se unir contra ele. O próprio Rohani também é conservador: o conservadorismo no Irã tem várias nuances. É preciso compreender que contra Rohani trabalha ativamente a direção do Exercito de Guardiães da Revolução Islâmica e uma série de outras estruturas influentes."
Em Teerã, enquanto isto, na véspera realizou-se um encontro de especialistas da AIEA e especialistas nucleares iranianos. Foram debatidos os aspetos técnicos do plano de redução do programa nuclear iraniano. É verdade que, como ficou claro pelas opiniões de analistas, sem vontade política aspetos técnicos combinados permanecerão totalmente inúteis.
Voz da Rússia
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