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quarta-feira, 9 de abril de 2014

Kiev faz chantagem com os mísseis

Kiev deve ter decidido que as tecnologias de fabrico de mísseis balísticos intercontinentais irão salvar a Ucrânia do descalabro econômico.

Segundo a mídia ucraniana, os fabricantes de mísseis intercontinentais em Dnepropetrovsk já estão em negociações com representantes da Turquia e da China para a venda de know-how. Até ao momento essas informações ainda não foram confirmadas oficialmente. Contudo, o Ministério das Relações Exteriores russo recordou a Kiev que a Ucrânia é parte do Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis (MTCR) e que isso a obriga a prevenir a sua disseminação.

A companhia fabricante do míssil balístico mais potente do mundo, o R-36 Voevoda (SS-18 Satan na denominação da OTAN) é a Yuzhnoe SDO, localizada em Dnepropetrovsk, no leste da Ucrânia. Esses mísseis continuam ao serviço das forças estratégicas russas e são um dos meios principais portadores de ogivas nucleares. Os especialistas ucranianos realizavam, até há pouco, a sua manutenção. Mas eis que a mídia divulgou que representantes da Yuzhnoe estão negociando secretamente na Turquia com potenciais parceiros de negócios. Já na própria cidade de Dnepropetrovsk estão decorrendo, de forma completamente oficial, negociações com representantes chineses para a venda de tecnologias de mísseis.

Os receios de alguns peritos não se baseiam tanto no possível fim da cooperação militar russo-ucraniana e na cessação da manutenção dos mísseis, como nas próprias perspectivas de Kiev vender segredos nucleares. Tendo ficado à beira da bancarrota, as autoridades ucranianas se agarram a qualquer oportunidade. Os desenvolvedores ucranianos de mísseis nucleares, ao ficarem sem trabalho, passarão a vender os seus conhecimentos à China, ao Irã e mesmo à Coreia do Norte – desde que haja quem lhes pague, e eles serão pagos. Serão tanto mais bem pagos quanto mais “problemático” para os EUA for o país que os contratar. Se alguém oferecer créditos bonificados no valor de muitos bilhões de dólares, eles não terão problemas em entregar toda a documentação e tecnologias de fabrico do Satan.

Também temos de referir que nem todos os especialistas partilham esses receios. Esse tipo de intenções por parte dos governantes de Kiev iria provocar uma reação correspondente de toda a comunidade internacional, diz o cientista político Stanislav Pritchin:

“Com certeza que se trata de tecnologias muito sensíveis. Ninguém no mundo está interessado em que elas acabem nas mãos de terroristas. Além disso, não penso que essa seja a mercadoria mais fácil que a Ucrânia possui para resolver seu problema econômico. Há muitas outras formas de resolver esse problema. Tanto uma plataforma de entendimento, como os empréstimos do FMI. Portanto, essa é apenas uma das possibilidades, mas até que ponto ela poderá ajudar a desfazer todo o novelo de problemas que a Ucrânia enfrenta?”

É óbvio que nem Washington, nem Bruxelas, estão interessados em que as tecnologias de mísseis sejam dominadas, por exemplo, pelo Irã. Também não é difícil imaginar a reação tempestuosa que isso iria provocar em Israel. Assim, serão precisamente os conselheiros ocidentais a não deixar as autoridades ucranianas resolver de forma tão original seus problemas econômicos, considera o cientista político Viktor Kuvaldin:

“A Ucrânia está obrigada por tratados no âmbito dos mísseis nucleares. Essas tecnologias são especiais, têm enormes perigos potenciais, e por isso são rigorosamente controladas. A Ucrânia é hoje, dito de uma forma mais suave, um país com “soberania limitada”. As decisões estratégicas não são tomadas em Kiev, mas em Washington e em Bruxelas. Como Washington faz tudo o que está ao seu alcance para evitar a disseminação das tecnologias nucleares e de mísseis, a Ucrânia não tem, nem terá, essa possibilidade.”

Quanto às informações que foram fornecidas à mídia, elas foram uma espécie de teste, diz o perito. A Ucrânia está numa situação desesperada – está à beira, ou já terá entrado, na bancarrota. O Ocidente promete muito, mas não se apressa a transferir o dinheiro. Moscou, como é evidente, também não irá dar nem um copeque enquanto em Kiev se encontrar um governo russófobo. É precisamente esse governo que tenta obrigar alguém a pagar, passando dos pedidos à chantagem.

Voz da Rússia

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