Trabalhando em conjunto, Moscou e Washington podem contribuir consideravelmente para a solução de tais problemas como a propagação do terrorismo e do vírus do ébola, não duvida o chefe do MRE russo. A crise ucraniana também foi discutida no encontro.
As relações entre os Estados Unidos e a Rússia não se desenvolvem facilmente. Testemunha-o mesmo o fato seguinte: as coletivas de imprensa do ministro russo e do chefe do Departamento de Estado após as negociações em Paris decorriam em separado. Contudo, os problemas globais acumulados no mundo estimulam Moscou e Washington à cooperação, destacou Serguei Lavrov depois do encontro:
“Há problemas em relação aos quais as nossas posições são diferentes. Estes problemas são bem conhecidos e hoje confirmámos que essas contradições se mantêm, mas, respondendo aos interesses comuns, devemos buscar soluções também para estas questões, soluções assentes num diálogo respeitoso, nos entendimentos equitativos e na consideração dos interesses recíprocos. Por isso, a meu ver, o encontro foi útil”.
Nas negociações foi abordada, naturalmente, a situação na Ucrânia, embora a Rússia e os Estados Unidos não possam acordar algo nessa questão, porque não são partes do conflito ucraniano, voltou a destacar Serguei Lavrov:
“Comunicámos aos interlocutores sobre os esforços empreendidos pela direção russa para garantir que os entendimentos alcançados com o nosso apoio e a assistência da OSCE entre as autoridades de Kiev e os representantes do corpo de voluntários sejam cumpridos plena e multilateralmente. É muito importante não debilitar o processo formado, não desviar atenção para certos formatos propostos artificialmente, mas fazer com que os participantes do processo de Minsk garantam o pleno cumprimento dos entendimentos alcançados entre Kiev, Lugansk e Donetsk”.
Serguei Lavrov apelou a que a ONU, o Conselho da Europa e a OSCE tomem a iniciativa na regularização da crise no Leste da Ucrânia. Além disso, na opinião do ministro russo, aquelas organizações devem também assumir maior responsabilidade na investigação de crimes no país.
Por sua vez, John Kerry propôs tirar conclusões sobre a situação na Ucrânia após o Diálogo Ásia-Europa (ACEM), a decorrer nestes dias em Milão. Kerry assinalou também a importância de respeitar os entendimentos alcançados em Minsk e reconheceu que os EUA e a Rússia podem fazer muito mais em conjunto do que em separado:
“Gostaria de lembrar que hoje o nosso objetivo consiste em reforçar as nossas potencialidades de trabalhar em conjunto, trabalhar em conjunto com a Rússia lá onde podemos e no interesse dos nossos dois países e dos países em que se refletem as resoluções que tomamos. Sabemos que o mundo se torna mais seguro, quando os EUA e a Rússia alcançam êxitos em trabalhos conjuntos”.
A orientação principal dessa cooperação para os próximos tempos também foi determinada. John Kerry e Serguei Lavrov acordaram trocar dados de inteligência à margem da luta contra a organização terrorista Estado Islâmico. Os diplomatas discutiram também o programa nuclear iraniano, destacando os esforços envidados para que Teerã garanta seu caráter pacífico.
A mídia ocidental comenta resultados do encontro Lavrov-Kerry em tonalidades otimistas. Por exemplo, na opinião do The Washington Post, a vontade dos EUA e da Rússia de trabalharem em conjunto nessas duas áreas (Estado Islâmico e programa nuclear iraniano) é “primeiro sinal de melhora das relações após sete meses do conflito duro).
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